Estudo fitoquímico sobre três espécies nativas da família Myrtaceae da Mata Atlântica (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martins, Víctor de Carvalho lattes
Orientador(a): Carvalho, Mario Geraldo de
Banca de defesa: Carvalho, Mario Geraldo de, Jesus, Monalisa Santana Coelho de, Arranz, Júlio Cesar Escalona, Martins, Roberto Carlos Campos, Souza, Marco André Alves de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química
Departamento: Instituto de Química
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10240
Resumo: A Mata Atlântica é um dos hotspots mundiais, principalmente no estado do Rio de Janeiro e nas restingas pelo avanço da urbanização. Nestas regiões, destaca-se a família Myrtaceae, pela grande importância econômica, diferentes atividades biológicas e elevada taxa de endemismo. O objetivo desta tese foi identificar os metabólitos de espécies nativas e quimicamente pouco conhecidas da família Myrtaceae, da Mata Atlântica (RJ). Para tal finalidade, foram empregadas técnicas cromatográficas instrumentais como CG-DIC, CG-EM, CLAE-DAD e CLAE-DAD-EM. O primeiro estudo consistiu na caracterização do óleo essencial de folhas de Myrciaria tenella, coletadas na Restinga da Marambaia (RJ). Foram identificadas 36 substâncias por CG-DIC e CG-EM, sendo majoritário os terpenos não-oxigenados como β- e α-pineno (21,46% e 19,43%, respectivamente), E-cariofileno (10,89%) e aromadendreno (9,17%). Foi sugerida a estrutura química do fenilpropanoide 2’,4’,6’-trimetóxifenil-butano para o quinto constituinte majoritário (8,45%), através de análises complementares por RMN 1H e 13C. Além disso, um óleo rico em β- e α-pineno e de alto rendimento foi obtido com apenas 2 h de extração. O segundo estudo consistiu na desreplicação de extratos metanólicos e partições subsequentes de folhas de Eugenia copacabanensis e M. tenella. Através de análise por CG-EM, CLAE-DAD e CLAE-DAD-EM, foram identificadas 104 substâncias, sendo para cada espécie 78 e 64 substâncias, em sua maioria inéditas dentro de cada táxon. Para a espécie E. copacabanensis, destacam-se o ácido 3-O-cafeoilquínico – ácido clorogênico, o galato de metila, a quercitrina, os derivados de procianidina tipo B e os isômeros de estrictinina e tellimagrandina I. No extrato e partições de M. tenella, o ácido elágico e seus derivados, como o ácido 3,3’-O-dimetil elágico, e os flavonóis quercetina 3-O-(6’’-O-galoil)-galactosídeo, quercetina 3-O-(6’’-O-galoil)-glicosídeo, hiperosídeo e isoquercitrina foram observadas majoritariamente. Diferentes classes foram isoladas ou obtidas em mistura, como o sesquiterpeno 2-metóxi-clovan-9-ol na partição hexânica de folhas de E. copacabanensis e com estrutura elucidada por experimentos uni- e bidimensionais de RMN 1H e 13C. O terceiro estudo teve como objetivo caracterizar um produto liofilizado de frutos de Myrcia eriopus. Através da análise por CLAE-DAD e IES-QTdV-EM, 5 antocianinas monoglicosiladas e outras 2 substâncias fenólicas (ácido gálico e miricetina) foram identificadas, com destaque para a delfinidina 3-O-glicosídeo e a petunidina 3-O-glicosídeo. O pó liofilizado apresentou alto teor de antocianinas e potencial antioxidante quando comparados a outros frutos brasileiros. Todos os resultados impactam positivamente na preservação das espécies nativas brasileiras, através da caracterização química e dos ensaios biológicos feitos em parceria, sendo previamente publicados em revistas científicas de alto impacto.