Mulheres periféricas e a violência interseccional: as subjetivações nas encruzilhadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Conceição, Débora Regina Silva da lattes
Orientador(a): Rocinholi, Luciene de Fatima lattes
Banca de defesa: Rocinholi, Luciene de Fatima lattes, Pombo, Mariana Ferreira lattes, Monteiro, Ana Claudia Lima lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18490
Resumo: Com os altos índices de violência contra mulher, a ausência de políticas públicas voltadas para a segurança e saúde coletiva das mulheres na baixada fluminense e de estudos que investigassem esses movimentos no território, identificamos a necessidade de entender, no encontro com a comunidade, o que essas mulheres enfrentam diariamente nas estruturas sociais que parecem impor a elas a invisibilidade. O estudo se propôs a analisar os agenciamentos estruturais que atravessam as subjetividades das mulheres periféricas no território da baixada fluminense. Para tal investigação utilizou-se a metodologia decolonial renomada da Escrevivência inaugurada por Conceição Evaristo como provocação subversiva acadêmica. Os registros em campo foram realizados através do dispositivo diário de bordo. O trabalho de campo foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social de Austin no município de Nova Iguaçu, onde houve experiências de roda de conversa, entrevistas com técnicas trabalhadoras e acompanhamento de atendimentos técnicos. Verificamos através do caminho percorrido que, além das violências clássicas (física, verbal e sexual), as violências estruturais da interseccionalidade estão inscritas nas relações comunitárias, familiares e institucionais do cotidiano de mulheres periféricas. Percorremos caminhos obscuros, desafiadores e alheios às lutas minoritárias. Assim, aprofundou-se o conhecimento no que entendemos na sociedade, enquanto mulheres, periferia e a quem chamamos de mulheres periféricas. Da subjetivação perpassada pelas encruzilhadas estruturais, ampliamos a discussão da interseccionalidade inscrita nessas mulheres. Com isso, identificamos as diversas violências em consequência das estruturas opressoras de gênero, raça e classe e analisamos os dados considerando a proposta decolonial. Além das (r)existências potentes encontradas, conseguimos através da metodologia utilizada nos aproximar do território existencial experienciado pelas mulheres e seus cruzamentos estruturais violentos nas relações, nas instituições, no cotidiano, enfim, nas capilaridades, por muitas vezes, naturalizadas que reproduzem as estruturas coloniais. Então, nas encruzilhadas que este trabalho revela, enquanto potência e (r)existência, reconhecemos sua relevância nas urgências dos silenciamentos ameaçadores nessas capilaridades naturalizadas.