Estrutura de metacomunidade de morcegos filostomídeos (Mammalia, Chiroptera) na Mata Atlântica brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Luiz Antonio Costa lattes
Orientador(a): Peracchi, Adriano Lucio lattes
Banca de defesa: Peracchi, Adriano Lucio lattes, Nogueira, Marcelo Rodrigues lattes, Braga, Caryne Aparecida de Carvalho lattes, Rocha, Ricardo Moratelli Mendonça da lattes, Freitas, André Felippe Nunes de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9220
Resumo: A ecologia de metacomunidades permite avaliar como múltiplas espécies interagem, variam e estão organizadas em conjuntos de comunidades ao longo de gradientes ambientais. A composição das espécies é determinada por combinações de processos ambientais e espaciais, e as propriedades emergentes das distribuições das espécies formam padrões espaciais (estruturas de metacomunidade). Nós usamos 54 espécies de morcegos da família Phyllostomidae e 30 localidades (com ≥ 19 espécies) ao longo da Mata Atlântica no Brasil para: (1) determinar a distribuição das espécies, (2) caracterizar o padrão de metacomunidade e (3) identificar as características ambientais e espaciais que deram origem a tal padrão. Os Elementos de Estrutura de Metacomunidades (coerência, substituição de espécies e coincidência de limites) foram usados para determinar o melhor padrão idealizado de distribuição de espécies em relação à distribuição empírica dos morcegos. A Análise de Correspondência Canônica e a Partição de Variância foram usadas para determinar respectivamente o gradiente ambiental latente e a contribuição relativa das características da temperatura, da precipitação e do espaço na composição das espécies. Além disso, testamos o efeito da floresta Ombrófila e da floresta sazonal sobre os grupos de morcegos filostomídeos usando o teste de Kruskal-Wallis. Tanto o grupo formado por todas as espécies de morcegos filostomídeos como os grupos de morcegos animalívoros e de herbívoros exibiram padrões de metacomunidade com coerência positiva, indicando que a maioria das espécies de cada grupo de morcegos respondeu a um gradiente ambiental latente. Porém, a metacomunidade com todas as espécies mostrou um padrão quase-clementsiano, com os animalívoros exibindo uma estrutura quase-aninhada com perda aleatória de espécies e os herbívorous mostrando um padrão clementsiano. O gradiente ambiental detectado foi composto pela variação conjunta na temperatura, na precipitação e no espaço, e foi pervasivo em todos os grupos de morcegos. Esses fatores juntos explicaram de 48,3% a 66,2% da variação na composição das espécies entre as xi localidades considerando os grupos de morcegos. Nenhum efeito puro das variáveis ambientais foi encontrado para todas as espécies ou para os morcegos animalívoros. Contudo, características isoladas do espaço e da precipitação foram significativas para os morcegos herbívoros. Os padrões quase-clementsiano e clementsiano evidenciados por todas as espécies e pelos morcegos herbívoros indicam que as espécies com distribuições similares compartilham características ecológicas e evolutivas formando grupos de espécies ao longo do gradiente observado. Os compartimentos clementsianos foram delimitados por processos históricos antropogênicos, como localidades contendo fragmentos originais de Mata Atlântica e localidades contendo alterações espaciais relacionadas ao uso da terra pelo homem. O padrão quase-aninhado com perda aleatória de espécies apresentado pelos animalívoros indica que os limites de distribuição das espécies foram determinados pela tolerância ambiental espécie-específica desses morcegos ao longo do gradiente observado. Morcegos filostomídeos apresentaram padrões não-aleatórios de distribuição que são moldados por um gradiente ambiental espacialmente estruturado ao longo do bioma Mata Atlântica no Brasil. Analisar grupos funcionais de espécies fornece informações ecológicas adicionais sobre as distribuições das espécies que são obscurecidas quando é considerado apenas um grupo funcionalmente heterogêneo de espécies. Por fim, a fragmentação do habitat associada às atividades do homem provavelmente desempenham um papel crucial na distribuição atual das espécies de filostomídeos ao longo da Mata Atlântica no Brasil