Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, William Douglas de
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Orientador(a): |
Esbérard, Carlos Eduardo Lustosa
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Banca de defesa: |
Silva, Daniel de Brito Cândido da,
Grelle, Carlos Eduardo de Viveiros,
Silva, Hélio Ricardo da,
Ferreira , Ildemar |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10779
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Resumo: |
Em áreas montanhosas localizam-se muitos hotspots mundiais para conservação, sendo que esses locais são considerados áreas prioritárias para preservação de espécies de plantas e vertebrados. Espécies que ocorrem nesses locais possuem traços funcionais que propiciam a colonização de florestas em áreas elevadas. Além disso, pouco é conhecido sobre a biologia dessas espécies em gradientes altitudinais, como por exemplo sua taxa reprodutiva. Sendo assim, os objetivos da presente tese foram divididos em dois capítulos, sendo eles: (1) verificar como as espécies e as diferentes guildas de Phyllostomidae variam ao longo de um gradiente altitudinal e identificar que traços funcionais facilitam a colonização de florestas em áreas elevadas e (2) determinar se a taxa reprodutiva de morcegos Phyllostomidae frugívoros varia localmente e se esta variação pode ser explicada pelas respostas locais à variação na abundância de recursos. Para isto, compilamos estudos realizados na Floresta Atlântica do sul e sudeste do Brasil através de banco de dados (banco de teses da CAPES; Scielo; Web of Science), revistas especializadas, e do banco de dados do Laboratório de Diversidade de Morcegos (LADIM) do Instituto de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Após a seleção de 35 diferentes espécies de morcegos Phyllostomidae de 45 diferentes localidades, onde a altitude variou entre 60 e 2.450 m de altitude, selecionamos 10 traços funcionais para cada espécie: guilda trófica (GT), nível trófico (NT), carga relativa da asa (CRA), aspecto da asa (AA), grau de exigência de habitat florestal (GEHF), utilização de cavidades naturais (UCN), limite latitudinal sul (LLS), massa corporal (MC), tamanho do antebraço (TA) e tamanho corporal (TC). Os traços funcionais selecionados foram relacionados com um índice altitudinal, representando a altitude em que a espécie é mais abundante, e aqueles traços funcionais que apresentaram maior correlação foram submetidos a escolha de melhor modelo para descrever quais foram os principais traços funcionais que levam as espécies a colonizarem florestas em áreas elevadas. Além disso, consideramos as espécies com mais de 300 capturas (Carollia perspicillata, Sturnira lilium e Artibeus spp.) para verificar o efeito da altitude sobre sua taxa reprodutiva, relacionando a proporção de animais em reprodução com a altitude. Encontramos uma queda na abundância e riqueza de espécies de Phyllostomidae em altitudes elevadas, com queda na abundância de frugívoros e aumento de espécies de hábitos hematófagos. As guildas de nectarívoros, catadores e onívoros não foram influenciadas pela altitude. Nossos resultados também indicaram que o grau de exigência de habitat florestal foi o principal traço funcional que leva as espécies a colonizarem florestas em áreas elevadas, sendo que a utilização de cavidades naturais e o limite latitudinal sul também podem ser relevantes para a colonização. Todas as espécies de morcegos apresentaram maior taxa reprodutiva nos meses em que historicamente ocorrem maiores precipitações (de outubro a março). Sturnira lilium foi a espécie que apresentou maior taxa reprodutiva em altitudes elevadas, sendo esta taxa coincidente com a área onde há maior riqueza e abundância de Solanum sp. Artibeus sp. apresentou maior taxa reprodutiva em médias e baixas altitudes, locais onde há maior riqueza de espécies de Ficus e Carollia perspicillata não apresentou preferência altitudinal para a reprodução. Naquelas localidades onde a abundância de morcegos foi maior, mais fêmeas estavam reproduzindo-se, sendo que estes locais parecem ter maiores quantidades de recursos. Mostra-se necessário a conservação de todo o gradiente altitudinal com a possível implantação de unidades de conservação, pois determinadas espécies de morcegos ocorrem em maior abundância em altitudes diferentes, além de se reproduzirem em altitudes diferentes |