Produção fenotípica de betalactamases de amplo espectro em Escherichia coli associada às infecções no trato urinário de cães, gatos e humanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Hosana Dau Ferreira de lattes
Orientador(a): Coelho, Shana de Mattos de Oliveira lattes
Banca de defesa: Coelho, Shana de Mattos de Oliveira, Pereira, Ingrid Annes, Melo, Daynne Araújo de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11914
Resumo: A resistência antimicrobiana é uma problemática em infecções causadas por enterobactérias, principalmente por cepas produtoras de betalactamases, que proporcionam resistência a uma ampla gama de antimicrobianos. Escherichia coli é uma bactéria comensal da microbiota gastrointestinal associada às infecções no trato urinário e cepas produtoras destas enzimas são importantes patógenos na Medicina Veterinária e Humana. Apesar da detecção da produção de betalactamase ser padronizada por alguns comitês, como CLSI (Clinical Laboratory Standard Institute) e BrCAST (Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing) as divergências entre eles geram extrema dificuldade na padronização interlaboratorial, gerando uma importante barreira ao conhecimento da real epidemiologia dessas enzimas. Sendo assim, o presente estudo objetivou avaliar o perfil de resistência aos betalactâmicos em E. coli isoladas de amostras de urina de cães, gatos e humanos com infecções no trato urinário, além de pesquisar - através da técnica de difusão em disco com leitura interpretativa, a produção de ESBL (Betalactamase de Espectro Estendido), AmpC e Carbapenemases, comparando os métodos de detecção preconizados pelos documentos normativos. O estudo foi realizado com 100 cepas de E. coli a partir das 273 amostras de urina provenientes de humanos, e 97 a partir de 103 amostras de 67 cães e 30 gatos, totalizando 197 isolados. Todos os isolados apresentaram perfil de resistência inferior a 50% frente aos antimicrobianos testados, sendo a ampicilina o menos eficaz, considerando tanto os pontos de corte do CLSI quanto do BrCAST. Um total de 10% (10/100) e 11,16% (22/197) de E. coli provenientes de amostras humanas e animais, respectivamente, foram suspeitas de produzirem ESBL no teste de triagem. Dentre elas, 56,25%(18/32) apresentaram a suspeita considerando os pontos de corte de ambos os documentos preconizados. Do total de isolados suspeitos, 81,25% (26/32) foram confirmados nos testes- considerando pelo menos um documento normativo. Apenas 1% (1/100) e 5,15% (5/97) das amostras humanas e animais foram produtoras de AmpC, respectivamente e dentre estes, quatro (66,7%, 4/6) foram co-produtores de ESBL. Por fim, dois isolados, de origem humana, apresentaram resistência ao ertapenem, indicando possível produção de carbapenemase. A emergência de cepas bacterianas multirresistentes é preocupante pelo aspecto da Saúde Única, uma vez que os animais domésticos podem ser reservatórios e agentes transmissores para os seres humanos e vice-versa, onde o ambiente também atua como potencializador contribuindo de forma significativa para esta problemática.