Grupo Globo e a crítica conservadora ao I PEE-CIEP: conflitos nos campos educacional, político e da produção cultural
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13160 |
Resumo: | O trabalho analisa o comportamento crítico do Grupo Globo (antes Organizações Globo) ao Primeiro Programa Especial Educação dos Centros Integrados de Educação Pública (I PEE - CIEP), ocorrido no período do primeiro governo do Leonel Brizola, 1983-1987, no Rio de Janeiro. Emprega-se como referencial teórico os conceitos sociológicos de Pierre Bourdieu e procura-se incorporar elementos da teoria da hegemonia de Antônio Gramsci. Utilizou-se também elementos dos debates relativos à “teoria da dependência”, à “teoria do conhecimento” (de inspiração frankfurtiana), e à sociologia da educação brasileira. Ou seja, conceitos e debates que ajudam a identificar os determinantes da atuação do Grupo Globo, correlatos ao seu campo social, inerentes a sua expansão de poder político e econômico a nível nacional, resultando no domínio da indústria cultural. Prima-se, contudo, por não relegar a importância do setor cultural na sua vasta atividade (inclusive econômica), seja nos âmbitos de produção, disseminação ou arte, e nem fazer juízo de valor dos funcionários do Grupo Globo, nos diversos segmentos, do jornalismo aos auditórios, pois ela é uma empresa precisamente fonte de trabalho e renda. Procura-se contextualizar o conflito entre o Grupo Globo e o governo Leonel Brizola, considerando as características do campo político brasileiro em momentos finais da ditadura militar, em que se delineiam diferentes visões políticas e econômicas sobre os rumos possíveis do país. Realizou-se exaustivo levantamento de matérias jornalísticas, inclusive editoriais, de O Globo sobre o I PEE-CIEP a partir, principalmente, do próprio Acervo Digital de O Globo. Foram contatados e entrevistados agentes sociais atuantes no I PEE-CIEP e no setor de comunicação do primeiro governo Leonel Brizola, que para além de relatarem a experiência, indicaram bibliografia, documentos e matérias da mídia alternativa. Os resultados da pesquisa evidenciam um comportamento crítico nas centenas de matérias do jornal O Globo dirigidas ao I PEE – CIEP, com argumento mais geral relacionado a “má” eficiência da gestão pública, visando desqualificar o modelo de ensino público que se demonstrava contrário aos seus interesses em dois sentidos preponderantes, ainda que indiretos, o de incorporar uma pedagogia socialmente crítica e por consequência gerar maior resiliência cultural na nova geração carioca. Por consequência, e, simultaneamente ao resultado imediato, cristalizou-se o antagonismo entre a mídia hegemônica e a educação pública de qualidade, ou mais diretamente entre a indústria cultural e a educação popular. |