Avaliação da atividade anti-inflamatória e antinociceptiva dos extratos brutos metanólicos da Eugenia uvalha Cambess (uvaia)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Mírian Eliza Alves de lattes
Orientador(a): Côrtes, Wellington da Silva lattes
Banca de defesa: Côrtes, Wellington da Silva, Matheus, Maria Eline, Marinho, Bruno Guimarães
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11392
Resumo: Desde tempos remotos a humanidade procura nos vegetais a cura para diversos males, este conhecimento hoje está inserido no uso popular de diversas plantas, dentre as quais no Brasil, destaca-se a Eugenia uvalha Cambess que é empregada no combate a processos inflamatórios dentre outras doenças, servindo este processo empírico de rastilho para esta investigação científica, objetivou-se estabelecer a segurança do uso, o efeito anti-inflamatório e antinoceptivo dos extratos metanólicos das folhas (EMF) e do caule (EMC). Para os experimentos foram utilizados camundongos Swiss Webster, machos e adultos, mantidos sob respeito a todas as normas vigentes para experimento com animais. Com finalidade de determinar a segurança do uso empregou-se o ensaio de toxicidade aguda (dose simples) que não apresentou nenhum efeito tóxico para os dois extratos na dose de 1000 mg/kg. Para determinar a atividade antinociceptiva executou-se o método das contorções induzidas por ácido acético para avaliar nocicepção onde foram utilizadas as doses de 10, 30, 100, 300 e 1000 mg/kg, o EMF inibiu as contorções acumuladas respectivamente 29,37±3,32; 40,18±10,44; 33,38±4,22; 55,12±2,69 e 68,94±3,42% sendo possível determinar a DI50 em 308 mg/kg. O EMC nas mesmas doses não produziu resultado de inibição das contorções abdominais. Utilizou-se o método da formalina para investigar o mecanismo de inibição das contorções do EMF e confirmar a ausência deste tipo de atividade para o EMC. Na primeira fase, avaliativa da nocicepção neurogênica, do método da formalina os extratos não produziram alterações no tempo de reação, enquanto na segunda fase (nocicepção inflamatória) do método, o EMC confirmou a ausência dos efeitos antinociceptivos, o EMF nas doses de 100, 300 e 1000 mg/kg diminuiu o tempo de reação em 96,20±1,96; 97,93±1,94 e 98,34±1,44%, respectivamente, apresentando desempenho semelhante à indometacina. Para avaliar as propriedades anti-inflamatórias do EMF foi conduzido o método da pleurisia induzida por carragenina para as doses 30, 100 e 300 mg/kg afim de se obter o exsudato, a partir deste avaliou-se a migração leucocitária por contagem na câmara de Neubauer (EMF e EMC), e quantificação do mediador TNFα por ELISA (EMF), o EMF inibiu a migração leucocitária em 83,16±7,56% e reduziu a quantidade de TNFα em 70,27±8,00% para a dose de 300 mg/kg, sendo que a inibição de TNFα se mostrou constante para todas as doses utilizadas, os resultados para as doses de EMC neste método não produziram inibição da migração leucocitária. Na avaliação da atividade antiedematogência para o EMF utilizouse o método do edema de pata induzido por carragenina, histamina e serotonina, e este na dose de 300 mg/kg inibiu o edema em 58,44±5,08; 46,74±10,00 e 50,96±3,52%, respectivamente.Utilizou-se de roda giratória e campo aberto para avaliar-se algum efeito motor ou sobre o sistema nervoso central para o EMF na dose de 300 mg/kg e o mesmo não causou ou demonstrou nenhuma alteração motora ou da atividade exploratória enquanto o controle positivo diazepam promoveu redução de tempo de permanência na roda giratória em 50,0% e no campo aberto promoveu alterações que sugerem um efeito ansiolítico deste fármaco.Com base nos resultados descritos acima pode-se concluir que o EMF da Eugenia uvalha possui efeito antinoceptivo e este está diretamente relacionado ao efeito antiinflamatório semelhante ao da indometacina e antiedematogênico observado para este extrato, com baixa toxicidade e sem efeitos sobre o sistema nervoso central. Os resultados obtidos no presente estudo contribuem para explicar que, pelo menos em parte, o uso medicinal de partes da planta em processos inflamatórios possuem embasamento científico devido às atividades anti-nociceptiva, antiedematogênccas e anti-inflamatórias aqui demonstradas