Estudos anatômicos, ultraestruturais e topoquímicos do lenho de seringueiras provenientes de floresta natural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramos, Letícia Maria Alves lattes
Orientador(a): Latorraca, João Vicente de Figueiredo lattes
Banca de defesa: Latorraca, João Vicente de Figueiredo, Carvalho, Alexandre Monteiro de, Hüther, Cristina Moll, Baraúna, Edy Eime Pereira, Alves, Rejane Costa
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9338
Resumo: O lenho de reação nas angiospermas caracteriza-se principalmente pela presença de fibras gelatinosas, que são fibras diferenciadas com uma camada interior espessa e altamente celulósica, conhecida como camada gelatinosa. A presença e severidade do lenho de reação pode ser influenciada pelo estímulo gravitacional quando a árvore tem seus ramos e tronco desviados de seu eixo natural, como em terrenos acidentados, ação de fortes ventos, indução artificial, injúrias, entre outros. No caso da seringueira, é possível que a atividade exploratória do látex possa influenciar na atividade do câmbio e, consequentemente, na formação desse tipo de fibras. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar indivíduos de Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.) Mull. Arg. a fim de caracterizar a estrutura do lenho de árvores nativas que passaram por exploração de látex, bem como caracterizar a química e distribuição de lignina, e ultraestrutura da parede celular de fibras gelatinosas. Para tanto, foram coletadas amostras do xilema de indivíduos de seringueira na Fazenda Experimental de Catuaba, localizada em Senador Guiomard – AC (67.62711 O; 10.08433 S). Na caracterização anatômica, foram avaliados o comprimento das fibras (não-gelatinosas e gelatinosas); diâmetro total e diâmetro do lume de fibras não-gelatinosas; diâmetro e frequência dos elementos de vaso; largura, altura e frequência de raios e a proporção de tecidos. Foram observadas diferenças entre a estrutura anatômica de árvores exploradas e não-exploradas às características quantitativas. Apenas as variáveis comprimento de fibra gelatinosa; diâmetro do lume das fibras; frequência de raios, e proporção de elementos de vaso e raios não apresentaram diferenças estatísticas significativas. As observações mais importantes foram o aumento da largura e altura de raios nas árvores extraídas, bem como as maiores proporções de fibras gelatinosas nas árvores não-extraídas. Para a análise da ultraestrutura da parede celular das fibras, foram utilizados microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia eletrônica de transmissão (MET), os quais revelaram que as fibras não-gelatinosas apresentam a típica configuração P + S1 +S2 + S3, enquanto as fibras gelatinosas apresentaram a configuração P + S1 +S2 + G, com a camada G apresentando estrutura lamelada. A análise química procedeu-se com testes histoquímicos de Wiesner e Mäule, e microespectroscopia por transformada de Fourier (FT-IR). O teste de Wiesner, pela coloração apresentada, mostrou indícios de um menor teor de lignina no material. A camada gelatinosa G não corou, indicando nenhuma ou muito pouca lignificação nesta porção da parede. O teste de Mäule revelou a presença de unidades guaiacil (G) na lignina, resultado que se alinhou com a análise FT-IR. Os espectros mostraram maiores intensidades para as bandas referentes às unidades G nas fibras gelatinosas que nas fibras não-gelatinosas. A relação S/G indicou que as unidades G e unidades S da lignina apresentam proporções parecidas, diferentemente do encontrado na literatura para essa espécie.