Ocupação do solo e mudanças na paisagem na área de proteção ambiental de Jenipabu (APAJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Ivaniza Sales
Orientador(a): Lima, Zuleide Maria Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25796
Resumo: As regiões litorâneas são espaços bastante dinâmicos e complexos, suas particularidades físicas e genéticas apresentam elevada fragilidade natural, acentuada pelos graus de interferência antrópica e condicionada pela resiliência ambiental. A construção de infraestrutura urbana sobrepostos a campos de dunas e ecossistemas associados desestabiliza o equilíbrio entre fluxos de matéria e energia (entre eles) e ocasiona a conformação de mudanças na paisagem local. É neste contexto que se insere a Área da Proteção Ambiental de Jenipabu (APAJ), localizada no Rio Grande do Norte (RN), enquadrada no grupo de unidades de conservação (UC's) de uso sustentável, permite o uso direto dos seus recursos e potencialidades, aumentando a probabilidade de degradação dos seus ecossistemas, em conformidade com os usos e as formas de ocupação do solo. Caracterizada pela diversidade dos seus aspectos físico-naturais, sobressaindo ecossistemas de praias, dunas, manguezal e tabuleiros. As atividades econômicas desenvolvidas estão baseadas na pesca, agricultura de subsistência, agropecuária e no turismo, sendo este último, de grande expressividade local e responsável por significativas alterações na dinâmica e conformação paisagística. Assim, esta pesquisa procurou apreender as mudanças da paisagem decorrentes da ocupação humana em uma UC, apresentando como objetivo geral analisar as consequências do processo de ocupação do solo na APAJ. A metodologia adotada baseou-se em pesquisas bibliográfica e de campo; produções cartográficas; aplicação do método da classificação por interpretação visual; e na análise geossistêmica das unidades da paisagem e da dinamicidade local. Assim, como resultados verificam-se na APAJ uma incisiva pressão e investimentos no setor turístico-imobiliário, concretizada por intermédio do aumento do fenômeno das segundas residências. Todavia, a expansão do espaço urbano em regiões litorâneas contribui para o desencadeamento de mudanças contundentes na sua geomorfologia e na dinâmica dos seus processos, representadas pela redistribuição dos campos de dunas e da planície interdunar e o decréscimo espacial das praias marinhas e tabuleiros. Mudanças essas, ocasionadas tanto em consonância com a própria dinâmica natural de cada unidade geomorfológica, quanto em decorrência das ações antrópicas locais. Elenca-se, também, a propagação de impactos relevantes aos ecossistemas locais e a conformação de distintos conflitos de cunho socioespacial. O grande desafio dos gestores da APAJ e da sociedade como um todo é buscar a conciliação entre os usos e ocupação do solo e a conservação dos ecossistemas de dunas, restingas, praias, lagoas, tabuleiros, manguezais, matas e demais recursos naturais locais. Portanto, salienta-se a dinâmica peculiar da área em estudo em detrimento com as práticas sociais locais e a importância desempenhada por uma gestão participativa preocupada com a conservação dos seus recursos e a mediação de conflitos.