Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Souza, Gustavo Tanus Cesário de |
Orientador(a): |
Gonçalves, Marta Aparecida Garcia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54040
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Resumo: |
Os grupos étnico-raciais formadores do Brasil sempre foram representados nas literaturas, tendo sido, em um primeiro momento, como personagens de narrativas, sendo antagonistas, nos textos quinhentistas, às narrativas formadoras da ideia de nação, e mais recentemente, como protagonistas. Porém, em grande parte desses textos, representados com estereótipos. Essas construções têm contribuído para a continuidade de imagens que compõem um imaginário negativo sobre os sujeitos e as ditas culturas “minoritárias”. Essa mudança começou nas literaturas escritas pelos próprios sujeitos das culturas, em que há uma perceptível modificação no modo como representam a si mesmos, suas comunidades, suas culturas, epistemes, sobretudo nas produções literárias indígena e negro-brasileira para crianças e jovens. O objetivo é empreender reflexões acerca das literaturas infantil e juvenil de autoria negra e indígena, por meio dos textos literários, e analisar as convergências em suas propostas estéticas, políticas e literárias, percebendo como elaboram a ideia de literatura, os modos de ser e estar no mundo e modos de representar das suas culturas, epistemes, buscando uma compreensão de seus campos literários específicos. Para o entendimento das literaturas infantil e juvenil mobilizamos os textos fundadores, lastreados por Leonardo Arroyo (1968, 1988), seguido dos trabalhos de Regina Zilberman (1981, 1982, este com Lígia Cademartori, 1984, 1986 e 2005), Nelly Coelho (1981, 1983, 1985), Marisa Lajolo (1982, 1986, este em coautoria de Zilberman), Maria Antonieta Cunha (1985), entre outros. Em relação às literaturas negro-brasileira e indígena, utilizamos trabalhos que trataram da constituição dessas literaturas, e pensaram-nas como sistemas em suas dimensões histórica, teórica e crítica. Para a primeira literatura, consideramos as reflexões de Eduardo de Assis Duarte, Cuti, Conceição Evaristo, Maria Nazareth Fonseca, Florentina de Souza, Inaldete Pinheiro de Andrade, Ione Jovino, entre outras; e para a segunda literatura, as de Graça Graúna, Daniel Munduruku, Maria Inês de Almeida, Julie Dorrico, entre outros. Esta pesquisa teórica partiu de um caminhar bibliográfico para a apresentação de um corpus de literatura infantil e juvenil de autoria negra e indígena, mobilizado para leitura e discussão, com vistas aos caminhos discursivos sobre as literaturas. Para isso, mobilizamos o conceito metodológico-operatório da “constelação”, construídos via Benjamin, Adorno, Krenak, Munduruku, Hitxa Pataxó, Esmeralda Ribeiro, Marcos Fabrício Lopes da Silva, Ryane Leão, e nossos entendimentos; metáfora cujas compreensões têm o potencial de redesenhar o que é posto como maioridades literárias. Nas várias dimensões de uso, figurados nas categorias intencionais, usamos para elaborar dimensões em análises dos textos literários, para observar as políticas da literatura nas relações, a saber: Políticas, autorias e sistema literário; Ilustração como forma de autoria; Gêneros literários, em prosa; Animais que somos; Leituras dos mundos imaginados, imaginários e de tantas imagens; Ancestralidade, ação presente de respeito às pessoas e ao tempo; e Mediador, narrador / Griô, Nganga, Pajé, ou o mais velho, nos movimentos da roda do tempo. É apresentada, ainda, discussão acerca da “autoria eventual”, dos “enderaçamentos”, da “escolha da recepção”, os “reendereçamentos mediados”, das “contraimagens” e “reimagens”, das “comunidades de afetos”, movimentações que demonstram a partir de uma leitura brincante as potências dos campos literários infantil e juvenil negro-brasileiro e indígena, como suas particularidades em face do campo geral. |