Indígenas na literatura infantil e juvenil brasileira: cenografia, ethos discursivo e ideologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alves, Thiago Moessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214349
Resumo: Esta tese está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP e à Linha de Pesquisa “Processos formativos, ensino e aprendizagem” que investiga a educação em diferentes contextos socioculturais. Nesse âmbito, a pesquisa teve por objetivo geral analisar ideologias e discursos sobre a temática indígena presentes na literatura direcionada à infância e à juventude no Brasil. A partir da problemática apresentada, definiuse a seguinte pergunta de pesquisa: em que medida a Literatura Infantil e Juvenil na Era PósModerna avançou em relação à Era Moderna e professou valores ideológicos relacionados aos pressupostos da Educação Intercultural? A investigação foi pautada na Análise de Discurso de linha francesa enquanto campo disciplinar, baseada epistemologicamente, metodologicamente e procedimentalmente em Dominique Maingueneau. Assim, foram utilizadas as categorias Cenografia e Ethos discursivo para análise das obras As aventuras de Tibicuera: que são também as do Brasil; Itaí: o menino das selvas; Corumi, o menino selvagem; e O Karaíba, uma história do pré-Brasil. Busca-se, assim, defender a tese de que a Literatura Infantil e Juvenil Brasileira da Era Moderna reservou ao indígena ethe discursivos de selvagem e bom selvagem, com papéis bem delimitados em relação ao progresso da nação, já na Pósmodernidade, os autores estão desconstruindo esses ethe e colocando em seu lugar a diversidade imanente da cultura humana. A pesquisa obteve como resultado a reafirmação da Cena Englobante da Literatura Infantil e Juvenil Brasileira nas quatro obras. Em relação à Cena Genérica, as obras As aventuras de Tibicuera, Itaí, e O Karaíba, foram consideradas Romance Juvenil e a obra Corumi, novela juvenil. No que tange ao ethos, as obras inscritas na Era Moderna apresentam ethe discursivos de mau selvagem, bom selvagem e civilizado aos personagens indígenas de acordo com o papel que desempenhavam no desenvolvimento econômico do país, conforme a visão dos enunciadores. A obra considerada Pós-Moderna dá ao indígena um ethos relacionado à ideologia anticolonial e marca a diversidade e a riqueza cultural dos povos indígenas. Por fim, destacaram-se influências ideológicas do pensamento colonial nas obras da Era Moderna e anticolonial nas obras Pós-Modernas.