Se eu não sou negra, eu sou o quê?: da importância de discutirmos discriminação racial, interseccionalidade e empoderamento em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Martins, Ícaro Amorim
Orientador(a): Souza, Juliana Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE HISTÓRIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26350
Resumo: Esta pesquisa problematiza classificações identitárias e questiona o impacto da Lei 10.639/03 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais no ambiente escolar. Essas reflexões subsidiaram a elaboração de um vídeo, que tem o objetivo de servir como material didático a ser usado no ensino de História. Os estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual CAIC Maria Alves Carioca, localizada na periferia da cidade de Fortaleza-CE, protagonizam esse vídeo, intitulado “Identidade negra: juventude, afirmação e empoderamento”, pensado como recurso para o fortalecimento de identidades e de direitos, como também para o combate ao racismo, em conexão com os conteúdos referentes à História do Brasil dos dias atuais (após a Constituição de 1988). Por meio de questionários diagnósticos submetidos aos estudantes, detectamos a persistência e o escamoteamento da discriminação racial na escola, movimento respondido pelo fenômeno do empoderamento de estudantes negros, que manifestaram aspectos de uma nova face do movimento negro. Consequentemente, esta pesquisa discorre sobre jovens negros do século XXI, que têm como marcas distintivas o uso de meios de comunicação de massa, consumo de bens de mercado e enaltecimento de intelectuais e artistas negros(as) como tática de empoderamento, movimento também marcado pelo debate sobre interseccionalidades, uma vez que os estudantes insistem em destacar as diferentes estruturas de opressão que podem incidir sobre a pessoa negra, sobretudo relacionadas à gênero e classe social. Como fundamentação teórica, utilizamos a obra de Jörn Rüsen para referenciar o debate sobre o papel do ensino na formação da consciência histórica expressa nas narrativas dos estudantes; o texto de Fredrik Barth para compreender processos de autoidentificação social e de categorização de grupos étnicos; e os escritos de Angela Davis para subsidiar o uso dos conceitos de interseccionalidade e empoderamento nesse estudo sobre relações étnico-raciais na escola.