Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Kívia Soares de |
Orientador(a): |
Aloufa, Magdi Ahmed Ibrahim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31975
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Resumo: |
A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma espécie frutífera nativa do Brasil, apresenta ampla distribuição geográfica que vai desde os Cerrados até os tabuleiros costeiros do Nordeste, sendo bastante conhecida pela importância socioeconômica, ambiental e cultural. Nas últimas décadas, a intensificação da ação antrópica vem contribuindo para a redução significativa de seus campos nativos, e, consequentemente, de sua diversidade genética. Isto justifica a necessidade iminente de alternativas que possibilitem a sua recomposição em ambiente natural e a conservação de seus genótipos. Nesse contexto, o objetivo geral da tese foi propor o desenvolvimento de estratégias que subsidiem a conservação ex situ e in situ da mangabeira utilizando como ferramentas a biotecnologia vegetal e os estudos etnobotânicos. Assim, este estudo inclui abordagens que envolvem aspectos da biotecnologia vegetal na conservação ex situ da mangabeira; caracterização morfológica de H. speciosa em diferentes unidades de paisagens, bem como uma abordagem etnobotânica a qual buscou caracterizar o conhecimento, uso e as principais práticas locais de manejo que envolve a espécie. Para tanto, uma das etapas dessa pesquisa gerou o capítulo intitulado: “Crescimento lento em cultura in vitro para a conservação de H. speciosa Gomes”. Explantes nodais de mangabeira foram inoculados em meios de cultura MS contendo variadas concentrações dos agentes osmóticos sorbitol e sacarose, a fim de se observar qual tratamento induziria o crescimento lento da cultura sem afetar a viabilidade das microplantas. Aos 120 dias, comprovou-se que a adição de agentes osmóticos na concentração de 5 g.L -1 de sorbitol + 15 g.L -1 de sacarose reduz a taxa de crescimento in vitro mantendo a viabilidade das microplantas. Já o aumento das concentrações de sorbitol em combinação com sacarose reduz o crescimento in vitro, porém, não se mostrou viável para a manutenção das plantas ao longo dos 120 dias de cultivo. Para a pesquisa de campo, os estudos etnobotânicos foram realizados com coletores de mangaba das comunidades de Timbó, Boa Água e Bonfim, município de Nísia Floresta-RN. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas de análise do conhecimento local, a percepção de variações morfológicas e a influência de práticas locais de uso e manejo sobre as populações de mangabeira. O terceiro capítulo, teve como principal objetivo buscar evidências da domesticação de H. speciosa, estudando os efeitos do uso e práticas de manejo da paisagem com a espécie sobre a diversidade morfológica dos frutos provenientes das populações dessa espécie. Para investigar se há influência das práticas locais de manejo nas variações morfológicas dos frutos e a percepção dos coletores de mangaba sobre essa diversidade foram selecionadas quatro unidades de paisagem submetidas a diferentes intensidades de manejo. Para caracterização da diversidade morfológica, foram feitas análises morfométricas dos frutos coletados em diferentes áreas. A coleta de dados foi realizada empregando-se entrevistas semiestruturadas e observação participante. As análises morfométricas realizada nos frutos de H. speciosa nas diferentes unidades de paisagem permitiu um maior conhecimento sobre a dinâmica da espécie em ambientes com diferentes intensidades de interferência humana. Nas áreas com interferência humana (granja e propriedade privada com cultivo de outras espécies) os frutos tinham maior tamanho, peso e de melhor sabor, quando comparadas com as demais unidades de paisagem. Por fim, o quarto capítulo objetivou identificar e caracterizar os usos, o conhecimento e as práticas locais de manejo de H. speciosa em comunidades rurais do Rio Grande do Norte. Os resultados mostraram que os informantes possuem alta dependência dos recursos oferecidos por esta espécie, e que a importância dela está relacionada principalmente com o aproveitamento dos frutos para alimentação e comercialização. A principal forma de manejo dos indivíduos de mangabeira foi a coleta dos frutos, seguida pelo manejo de promoção, tolerância e proteção. |