Mobilidade intergeracional de ocupação das filhas de trabalhadoras domésticas nas grandes regiões brasileiras, 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Priscila de Souza
Orientador(a): Myrrha, Luana Junqueira Dias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29231
Resumo: Historicamente, o Brasil sempre conviveu com desigualdade. De um lado, configura a pobreza absoluta de muitos e, de outro, as vantagens de classe advinda da posse de capitais de um grupo restrito. Entre 2003 e 2014, mudanças sociais ocorreram no país, gerando oportunidades para os grupos menos despossuídos e, neste contexto, os estudos sobre mobilidade intergeracional são extremamente importantes. No entanto, no Brasil, as pesquisas têm focado na mensuração dos indicadores de mobilidade social e ocupacional dos homens, com isso, a mobilidade intergeracional das mulheres e os grupos ocupados por estas são insipientes na literatura nacional. Além disso, dado o peso relativo e absoluto do emprego doméstico no total das ocupações femininas, o objetivo desta dissertação é analisar os indicadores de mobilidade intergeracional de ocupação das filhas de trabalhadoras domésticas, estratificados por variáveis sociodemográficas (coortes de ingresso no mercado de trabalho e condição de migração) para as Grandes Regiões brasileiras, em 2014. Para tanto, a principal fonte de informações é o Suplemento de Mobilidade Socioocupacional da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014. A partir da comparação entre os estratos ocupacionais no primeiro trabalho e atual das filhas em relação à condição materna, os achados evidenciam que a grande maioria das filhas de trabalhadoras domésticas logrou melhores ocupações em relação as suas mães, nas cinco regiões do Brasil em 2014. Contudo, constatou-se que no primeiro emprego das filhas, o trabalho doméstico ainda se apresenta de maneira expressiva como porta de entrada no mercado de trabalho, mas no trabalho atual das filhas em relação as suas mães, verificou-se redução significativa daquelas que estavam ocupadas como trabalhadoras domésticas, e aumento considerável na proporção de filhas que alcançaram mobilidade intergeracional ascendente. Com relação às taxas absolutas de mobilidade segundo as coortes de ingresso no mercado de trabalho, os resultados apontam que em todas as coortes, com exceção daquelas que ingressaram entre 1958 a 1969, no Norte e Sul, a maioria das filhas lograram ascensão intergeracional no trabalho atual, sendo que as maiores cifras de mobilidade ascendente foram experimentadas pelas coortes de 2006-2014, nas cinco regiões em 2014. No que concerne aos indicadores de mobilidade segundo a condição de migração, com exceção daquelas que emigraram do Centro-Oeste para o Norte, mais da metade das filhas migrantes inter-regionais ou intrarregional alcançaram ascensão ocupacional no local de destino. Ademais, os apontamentos desta dissertação corroboram que as mudanças sociais e inclusivas desencadeadas no país, a partir de 2003, foram determinantes sobre as possibilidades de ascensão intergeracional dos grupos menos privilegiados socioeconomicamente, em especial na construção de novas trajetórias de vida para as filhas de trabalhadoras domésticas.