Qualificação e inserção do migrante inter-regional no mercado de trabalho brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Antônia Jaine da Silva
Orientador(a): Queiroz, Silvana Nunes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43732
Resumo: A mobilidade de indivíduos com alta escolaridade recebe atenção nos estudos das migrações internacionais pelas consequências que pode ter sobre o desenvolvimento e/ou desigualdades entre as regiões/países. De um lado, tem-se o efeito negativo na origem resultante da perda do investimento em capital humano que, por outro lado, pode ser contrabalançado pelo envio de remessas, retorno migratório qualificado ou incentivo ao investimento em educação. No caso brasileiro, dado os diferenciais da demanda por trabalho, tipos de empregos criados e de remuneração entre as grandes regiões, torna-se relevante analisar a migração qualificada com foco na inserção no mercado de trabalho regional. Assim, o objetivo desta dissertação é verificar se o contexto econômico favorável a partir de 2004 implicou em intensificação das migrações qualificadas associadas a melhores condições de inserção ocupacional. Para isso, a migração inter-regional qualificada é estudada em comparação com a não qualificada, a partir da análise do volume e direção dos fluxos (origem e destino), e das características demográficas, socioeconômicas e ocupacionais destes migrantes nas regiões de destino, tendo como pano de fundo a dinâmica econômica, social e política brasileira e regional. Para tal análise é utilizada a PNAD dos anos de 2005, 2011 e 2015 (último ano com informações sobre migrações). Os principais resultados mostram que o Sudeste é a região que mais qualifica população com ensino superior completo no Brasil, contudo, parte desse contingente emigra para outras regiões, com destaque para o Centro-Oeste, que também recebe o maior saldo de migrantes não qualificados. Com relação ao perfil sociodemográfico, as diferenças mais marcantes devem-se a maior participação da raça/cor branca e de casais sem filhos entre os migrantes qualificados, enquanto os migrantes não qualificados tipificam como pardos e casais com filhos. Quanto a inserção ocupacional, os migrantes qualificados são mais formalizados, estão em melhor posição na ocupação e em atividades que possibilitam maior projeção social e econômica, auferindo maiores rendimentos, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste. Por sua vez, apesar de diminuir as dissemelhanças entre o migrante qualificado e o não qualificado que passa a ocupar melhores vagas no mercado de trabalho em anos recentes, as diferenças regionais persistem e propiciam maior informalidade e menores salários para os migrantes (qualificados e não qualificados) empregados no Norte e Nordeste quando comparados as demais regiões. Tais resultados mostram que apesar do quadro econômico favorável vivenciado pelo país no período de 2003 a 2013, através de políticas de desenvolvimento regional, política de valorização do salário mínimo, políticas sociais, expansão e interiorização do ensino superior e técnico, aumento da população qualificada e criação de empregos formais, a desigualdade regional permanece e estimula a migração inter-regional, seja qualificada ou não qualificada.