Trajetórias de hemoglobina total durante a gravidez e pós-parto e seus fatores associados entre adolescentes e adultas da região do Trairi: estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Rai Nabichedi da
Orientador(a): Câmara, Saionara Maria Aires da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - FACISA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33102
Resumo: Introdução: Durante a gravidez, há uma intensa atividade anabólica que aumenta a demanda por hemoglobina para garantir o desenvolvimento fetal adequado. Esperase que os níveis de hemoglobina reduzam do primeiro para o terceiro trimestre de gravidez e retornem aos níveis pré-gestacionais no período pós-parto. No entanto, pouco se sabe sobre a variação ocorrida entre gestantes adolescentes e adultas e seus fatores associados, para que se possa embasar estratégias de prevenção de alterações que afetem a saúde do binômio mãe-filho. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar as trajetórias da variação da concentração de hemoglobina total (HbT) durante a gravidez e o pós-parto e seus fatores associados entre adolescentes e adultas de baixa renda. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e longitudinal que faz parte do projeto piloto Adolescence and Motherhood Research (AMOR). Os dados foram coletados entre julho de 2017 e janeiro de 2019 em cinco municípios da região de Trairi, no estado do Rio Grande do Norte, Brasil, com amostra composta por 50 adolescentes e 50 adultas em sua primeira gestação. Os níveis de HbT das participantes foram monitorados em três períodos: até 16 semanas de gestação, no terceiro trimestre de gestação e entre 4 e 6 semanas de pós-parto. As variáveis independentes incluíram características socioeconômicas, peso e altura, estado de saúde autopercebida, número de consultas de pré-natal, planejamento da gravidez, segurança alimentar, idade na menarca, tipo de parto e aleitamento materno. Foram utilizados modelos lineares mistos para avaliar as trajetórias de variação de HbT em ambos os grupos, na amostra total, e os fatores associados. Resultados: Os resultados mostraram que os níveis de HbT diminuíram das primeiras 16 semanas de gravidez para o terceiro trimestre e aumentaram do terceiro trimestre para o pós-parto em ambos os grupos. No entanto, os grupos diferiram em relação às trajetórias de HbT. Para a coorte adolescente, a recuperação da HbT entre o terceiro trimestre e o pós-parto não foi suficiente para compensar as perdas iniciais (da primeira para a segunda avaliação), como aconteceu com a coorte adulta. Para esta última, níveis mais elevados de HbT estiveram associados ao planejamento da gravidez e à boa saúde autopercebida. A raça esteve marginalmente associada aos níveis de HbT para ambos os grupos, com as mulheres negras/pardas apresentando maiores concentrações no grupo adolescente e menores no grupo adulto. Conclusão: Mudanças na concentração de HbT durante a gestação e pós-parto diferem entre adultas e adolescentes, com estas últimas apresentando menor capacidade de recuperação dos níveis iniciais da gravidez no pós-parto. Atenção especial ao pré-natal em adolescentes gestantes deve considerar seu maior risco para desfechos desfavoráveis e incluir estratégias que reduzam o risco de anemia e seus efeitos negativos para a mãe e seu filho.