Acompanhamento educacional no hospital e na escola regular: o que dizem crianças, mães e professoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Senadaht Barbosa Baracho Rodrigues de
Orientador(a): Passeggi, Maria da Conceição Ferrer Botelho Sgadari
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51302
Resumo: Esta tese tem como objetivo geral investigar, com base em narrativas da experiência vivida, os sentidos que crianças em tratamento de doenças crônicas, suas mães e professoras atribuem ao acompanhamento educacional em classe hospitalar e na escola regular. Tomamos como objeto de estudo os sentidos que crianças em tratamento de doenças crônicas, mães e professoras atribuem à classe hospitalar e à escola regular. Adotamos, em nossa pesquisa de doutoramento, os princípios epistemológicos da pesquisa (auto)biográfica em educação. Situamo-nos também nos estudos da infância, e em pesquisas sobre a escolarização em contexto hospitalar, em especial, aquelas produzidas pelo Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Formação, Auto.Biografia, Representações e Subjetividades (GRIFARS/UFRN/CNPq). Participaram da pesquisa 04 (quatro) crianças em tratamento de doenças crônicas, entre 05 (cinco) e 11 (onze) anos de idade, que realizaram ou realizam acompanhamento pedagógico nas classes hospitalares em que atuou ou atua a pesquisadora como docente; 04 (quatro) mães; 02 (duas) professoras que acompanharam ou acompanham crianças em classe hospitalar, entre os anos de 2014 e 2022. O corpus da pesquisa está formado pela transcrição de narrativas de 04 (quatro) crianças enfermas, produzidas numa situação de “faz de conta”, em rodas de conversa com a pesquisadora e um boneco alienígena, chamado Alien, que vem de um planeta que não tem escolas e hospitais; de 04 (quatro) mães, produzidas durante entrevista narrativa; de 02 (duas) professoras de crianças com doenças crônicas, a pesquisadora e a professora Alien, que está iniciando como professora de classe hospitalar e gostaria de saber como é a escola dentro do hospital. Ainda fazem parte das fontes: desenhos das crianças, das mães e professoras; anotações no diário de campo da pesquisadora. As análises revelam que o acompanhamento educacional em classe hospitalar oportuniza à criança enferma a possibilidade de continuar ativa em seu processo de desenvolvimento através da efetivação da garantia do direito à educação, e colocam a escola regular como representação da cura, como lugar de liberdade e felicidade. As narrativas das crianças, de suas mães e professoras corroboraram para o reconhecimento da classe hospitalar como uma aliada no “processo de cura”, uma vez que possibilita a manutenção de uma atividade importante para o desenvolvimento infantil, a aprendizagem dos conteúdos escolares ao possibilitar o acesso e/ou a continuidade da escolarização durante o tratamento de saúde. Tais achados permitem propor como tese de que a criança com doença crônica, ao contar suas experiências no acompanhamento educacional em classe hospitalar e na escola regular, produz conhecimentos singulares sobre essas vivências e mais elaborados sobre ela mesma e sobre a realidade em que está inserida. A escuta da criança, ampliada às suas mães, mulheres que se dedicam integralmente aos cuidados de seu.a.s filho.as enfermo.as, e às professoras que as acompanham cotidianamente na classe hospitalar, possibilita compreender a trajetória da criança enferma em diferentes lugares e momentos e oferecem pistas sobre a efetividade da garantia do direito à educação dentro e fora dos muros do hospital.