Horror? Que horror!?: formação docente e ensino de literatura de horror nas séries iniciais do Ensino Fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pessoa, Juliana Lopes da Silva
Orientador(a): Amarilha, Marly
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24267
Resumo: O estudo investigou a interface da literatura de horror com a educação. Sua relevância consiste em valorizar a presença do conto de horror na sala de aula, visto que o medo experimentado por meio desse gênero é um modo de conhecer e de fortalecer nossas estruturas emocionais para fazer face aos horrores da vida. O medo é o sentimento mais antigo, mais forte da humanidade e, destes, o medo do desconhecido talvez seja o mais poderoso. A pesquisa foi realizada em uma escola pública do município de Natal/RN,Brasil, em uma turma de 5º ano do ensino fundamental com 17 sujeitos. Filia-se à pesquisa de abordagem qualitativa, na qual se privilegiou a observação participante com intervenção. Como instrumentos para construção de dados, recorreu-se à gravação em vídeo, a entrevistas e ao diário de campo. A professora titular da turma recebeu formação para atuar como mediadora do processo. As sessões de leitura de literatura de horror foram apoiadas na metodologia de andaimagem (scaffolding) descrita por Graves e Graves (1995). O foco de análise privilegiou a formação docente e a experimentação do leitor ao medo através das aulas de Literatura de Horror. O corpus literário foi composto pelos contos dos livros “Sete ossos e uma maldição” de Rosa Amanda Strausz (2013) e “Sete histórias para balançar o esqueleto” de Angela Lago (2011) em um total de 8 sessões de leitura de literatura. O aporte teórico fundamenta-se em estudos da literatura e infância: Amarilha (2009), Bettelheim (2015), Zilberman (2004). Literatura de Horror: Burke (2013), Eco (1994), França (2008), Lovecraft (2007), Todorov (2010; 2014), dentre outros. Os resultados apontam para a necessidade de haver formação específica para o trabalho com o conto de horror, que pode encontrar resistência por parte do mediador; os aprendizes se engajaram nas sessões de leitura, demonstraram apreciar o gênero e apresentaram criticidade aos temas abordados. A literatura de horror provoca no leitor o sentimento de medo físico ou psicológico; o critério final de autenticidade de uma obra de horror não é o enredo, mas o tipo de sensação que ela é capaz de produzir. Se a literatura de horror lida com sentimento tão fundamental do ser humano - o medo, então, é relevante que ela seja acessível aos jovens leitores, como um ensaio geral para a vida.