Rastreamento de alterações mastigatórias em idosos (RAMI): evidências de validade do instrumento para diagnóstico epidemiológico autorreferido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cavalcanti, Renata Veiga Andersen
Orientador(a): Lima, Kênio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28079
Resumo: O envelhecimento provoca modificações no sistema estomatognático que repercutem na função mastigatória, promovendo alterações que podem afetar o processo de alimentação, a fase oral da deglutição, como também a nutrição, comprometendo a qualidade de vida da população idosa. Assim, o objetivo desse estudo foi construir e validar um instrumento de rastreamento de alterações mastigatórias em idosos (RAMI). É um estudo de validação, não randomizado e seccional, e o método seguiu as diretrizes tradicionais do Standards for Educational and Psychological Testing. A população do estudo foi composta por idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, recrutados por conveniência. Na primeira etapa do estudo, para obtenção de evidências de validade baseadas no conteúdo, um painel de quatro especialistas definiram o construto e o conteúdo do instrumento, e um comitê de 28 especialistas avaliaram a representatividade e relevância dos itens em relação ao construto da primeira versão do RAMI com 16 itens. A análise realizada através dos Índice de Validade de Conteúdo para Itens (IVC-I) e o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) foi satisfatória. Somente uma questão foi excluída. A segunda versão do RAMI com 15 questões foi aplicada na população-alvo composta por 40 idosos para obtenção de evidências de validade baseadas nos processos de resposta. Após análise quantitativa e qualitativa das respostas verificou-se que o instrumento foi bem avaliado pelos idosos necessitando de pequenos ajustes de morfossintaxe. A terceira versão do RAMI, ainda com 15 questões, foi aplicada em 295 idosos para a obtenção de evidências de validade baseada na estrutura interna. Foi realizada a análise fatorial confirmatória para o ajuste do modelo. O RAMI foi ajustado em sua estrutura interna, resultando no modelo de 9 questões em dois fatores, função e percepção mastigatória (2 = 48,7, p = 0,004, 2/gl =1,76, RMSEA = 0,05, WRMR = 0,75, CFI = 0,98 e TLI = 0,98). A quarta versão do RAMI foi submetida à obtenção de evidências de validade baseadas na relação com outras variáveis em uma população de 196 idosos e considerou a análise do coeficiente de correlação de Spearman (). A validade convergente foi confirmada pela correlação moderada entre os resultados do RAMI e de quatro instrumentos validados com desfechos relacionados à disfunção temporomandibular (= 0,330; p<0,001), hipossalivação (= 0,442; p<0,001), disfagia orofaríngea (= 0,456; p<0,001) e saúde bucal (= - 0,681; p<0,001). A validade discriminante foi confirmada pela correlação fraca entre o RAMI e uma escala de autoestima validada (= -0,269; p<0,001). A análise da confiabilidade foi realizada com aplicação do teste-reteste em 124 idosos, através do Kappa ponderado, coeficiente de correlação intraclasse (CCI), erro de medição do instrumento (SEM), menor diferença real (SRD) e alfa de Cronbach. Foi considerado o nível de significância de 5%. O RAMI com 9 questões apresenta bons índices de confiabilidade (ICC = 0,87, IC 0,82-0,91, p <0,001; SEM = 1,90; SRD = 5,25) e alta consistência interna ( = 0,93). O RAMI apresentou respostas válidas e confiáveis para identificar alterações mastigatórias em idosos residentes na comunidade.