A vertigem das antologias: Gregório de Matos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Ciro Soares dos
Orientador(a): Silva, Francisco Ivan da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23492
Resumo: A vertigem das antologias: Gregório de Matos constitui-se como enumeração de seletas com listagem de capas, poemas, versos, notas, temas, datas, tomados como dados para sustentar a tese de que o poeta do barroco instaura-se como artista autor a partir do fazer antológico desde sempre. A simplicidade dessa assertiva mal esconde a complexidade de demonstrar, pois, que, do nascimento de seu discurso poético na colônia portuguesa à canonização na literatura brasileira, há um movimento histórico de leitura da obra de Gregório de Matos que se repete: a condução de um autor da imensidão inapreensível ao unitário parcial em livros; do que surgem ciclos de antologias segundo os quais são organizados os capítulos integrantes deste estudo. A abordagem à prática antológica enfrenta a problemática de descrever a história da instauração de Gregório de Matos como autor via recepção poética cristalizada por publicações de antologias. A pesquisa possibilita alcance do objetivo geral de compreender a recepção da obra do poeta baiano pela reflexão sobre diferentes concretizações de leitura promovidas-propiciadas por antologias. A partir da leitura do conjunto de livros selecionados, depois de coleta em livrarias e bibliotecas, apresenta considerações inferenciais sobre o fazer antológico da capa até aos demais paratextos. Para tanto, parte da questão geral de como é a recepção da obra do escritor baiano seiscentista, documentada por antologistas, e da hipótese geral de que a elaboração de edições da obra gregoriana foi condicionada pelos determinantes históricos de cada época da recepção. Para verificação dessa hipótese, observa a atualidade das antologias frente ao horizonte de leitura do legado gregoriano, propiciado pelo fazer poético de então quando do lançamento da publicação, assim como pelos atuais pressupostos teóricos de estudos das artes do século XVII. Esse procedimento surge por meio de diálogo com a fortuna crítica dedicada ao autor seiscentista, principalmente com a crítica de Haroldo de Campos e Augusto de Campos ao legado gregoriano, assim como com a ensaística de Francisco Ivan da Silva à poesia barroca, além da pesquisa de Adolfo Hansen e Marcello Moreira às letras coloniais. A vertigem das antologias reafirma a importância da história da literatura ao buscar fazer revisão do julgamento do legado poético em diferentes épocas, conforme mudem as circunstâncias sociais de cada tempo e a possibilidade de compreensão da obra de Gregório de Matos do romantismo ao modernismo, até a contemporaneidade. Francisco Adolfo de Varnhagen, Segismundo Spina, James Amado, Hélio Pólvora, Gilfrancisco, André Seffrin, Iuri Pereira, João Adolfo Hansen e Marcello Moreira são nomes de editores da poesia de Gregório de Matos, responsáveis por fazer existir ciclos antológicos e por projetar continuidade de ocorrência da prática antologista da poesia seiscentista para leitores brasileiros.