Etnobotânica e percepção ambiental de pescadores e coletoras tradicionais submetidos à escassez de recursos vegetais silvestres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Freire, André Luiz Bezerra Falcão
Orientador(a): Miller, Francisca de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21090
Resumo: Pescadores tradicionais relacionam-se intensamente com seu ambiente e utilizamrecursos vegetais, sobretudo os silvestres, para diversos fins. No entanto, os processos deurbanização e as ações de desflorestamento tem tornado cada vez mais escassos algumasplantas em determinados lugares. A dependência desses recursos para a autonomia culturaldesses pescadores ameaçada pela carência de recursos, por um lado, e a capacidade deadaptação desses grupos humanos às novas circunstâncias, por outro, passaram a ser umaproblemática cada vez mais presente nos estudos dessas populações tradicionais. Em nossoprimeiro capítulo registramos a percepção dos pescadores e das coletoras de Patané sobre aausência das matas locais, coletamos uma lista de espécies consideradas localmente como deuso estratégico, registramos o etnoconhecimento associado a elas e identificamos quais dessasplantas já são percebidas como escassas na região. No segundo capítulo, estudamos asespécies de plantas conhecidas pela comunidade de pescadores e coletoras de Patané,registrando os saberes associados, os diversos usos dados e relacionando os resultados obtidoscom o fato de aquela população estar submetida a uma crescente urbanização e umescasseamento recente de diversos desses recursos florestais.Para isso realizaramseentrevistasindividuais,formais e semiestruturadas, aplicadas consecutivamente ainformantes amostrados não probabilisticamente por bola de neve.Foram coletados dadossocioeconômicos dos informantes. Um teste de adequação foi realizado a partir daconcordância dos entrevistados com as interpretações e induções do pesquisador. Passeiosguiados foram realizados para colher fotografias e amostras testemunhas das plantas, todasidentificadas pelos métodos usuais da botânica. Trechos das entrevistas sobre percepção sãoapresentados procurando-se evidenciar as informações consensuais. Alguns dados foramapresentados por estatística descritiva. Montaram-se duas listas de plantas, uma com as de usoestratégico e outra com todas as espécies citadas no estudo. Em ambas constam termosetnotaxonômicos, nomenclatura botânica e usos múltiplos locais. Evidenciou-se que oconhecimento a respeito das plantas se mantém naquelas pessoas mesmo para os casos derecursos florestais os quais já não estão disponíveis, mas que o direito ao uso deve sermantido como forma de manutenção e controle autonômico do etnoconhecimento, e, porextensão da cultura daquelas pessoas.