Etnoconhecimento sobre plantas medicinais e inter-relações com o meio ambiente na comunidade do Catu, Canguaretama (RN, Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Amanda Stefanie Sérgio da
Orientador(a): Miller, Francisca de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25517
Resumo: Os estudos sobre os etnoconhecimentos são importantes para a compreensão e a valorização das culturas, formas de agir, viver e conviver com o meio ambiente. As plantas medicinais são recursos naturais com propriedades capazes de provocar reações benéficas no organismo, utilizadas na recuperação e manutenção do bem-estar. A busca pelo conhecimento sobre plantas e relações ecológicas têm sido realizada desde tempos antigos. Devido a importância dos saberes locais e do manejo dos recursos ambientais para a conservação, o presente trabalho tem como objetivo analisar o sistema de etnoconhecimento sobre plantas medicinais, e discutir aspectos e implicações da inter-relação com o meio ambiente biofísico e social de uma população do nordeste brasileiro, como forma de valorização da cultura e da riqueza vegetal local. Foram realizadas entrevistas abertas e semiestruturadas, seguindo o método Bola de Neve. Buscou-se um equilíbrio entre as perspectivas êmica e ética. O objetivo foi proporcionar uma hibridização entre os conhecimentos do entrevistado e do pesquisador, gerando intercientificidade. Amostras das plantas foram coletadas para auxiliar na identificação das espécies. As coletas foram realizadas com o auxílio do método Turnê Guiada, com amostragem aleatória. A abordagem etnoecológica utilizada foi baseada no método da análise do Complexo Kosmus-Corpus-Praxis. Partindo do método de Análise de Conteúdo, os dados quantificáveis foram analisados por meio de porcentagem simples, e os dados qualitativos selecionando-se trechos dos discursos para conclusões indutivas. Foram relatadas 68 espécies de plantas, com porcentagem semelhante entre nativas e exóticas. As famílias mais representativas foram Fabaceae e Lamiaceae. As espécies que se destacaram com maior número de citação foram Rosmarinus officinalis L., Cymbopogon citratus (DC.) Stapf., Lippia alba (Mill.) N.E.Brown e Periandra mediterranea (Vell.) Taub. As folhas foram as partes mais utilizadas, consumidas nas formas de chás e garrafadas, principalmente no tratamento de doenças do aparelho respiratório. Os especialistas locais da comunidade do Catu, possuem um grande conhecimento sobre as plantas medicinais e as interações ecológicas que as envolve. Possuem inter-relações com questões de fé, espiritualidade e respeito à natureza. O cultivo de plantas medicinais nos quintais auxiliam no acesso a esses recursos em momentos de emergência. A economia é baseada na subsistência e existem relações sociais que ajudam na obtenção das plantas medicinais. Os resultados desta pesquisa são importantes para a valorização da cultura local e evidenciam a riqueza de plantas com potencial medicinal. Isto pode revelar um resgate dos costumes tradicionais de uso das plantas, para a manipulação caseira de remédios de baixo custo financeiro para toda a comunidade estudada.