Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Isabel Romena Calixta |
Orientador(a): |
Rodrigues, Maria das Graças Soares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22366
|
Resumo: |
Esta dissertação objetiva identificar, descrever, analisar e interpretar a responsabilidade enunciativa (RE) em narrativas de sentenças judiciais condenatórias, gênero discursivo textual que finaliza um processo-crime. Para isso, selecionamos três sentenças condenatórias de sítios eletrônicos da internet, relativas aos processos penais dos homicídios dolosos de mulheres que tiveram repercussão nacional. Nosso aporte teórico está centrado nos estudos da Análise Textual dos Discursos (doravante ATD), a qual integra as bases teóricas da Linguística Textual (LT) e da Linguística Enunciativa. Ao seguirmos os postulados de Adam (2011), consideramos o texto em sua relação indissociável com o co(n)texto, com o discurso e com os diversos gêneros discursivos. Para o autor, “o grau de responsabilidade enunciativa de uma proposição é suscetível de ser marcado por um grande número de unidades da língua” (ADAM, 2011, p. 117). Igualmente, o trabalho se fundamenta nos estudos acerca do Ponto de vista (PDV), conforme Rabatel (1997, 2004, 2005, 2008, 2008a, 2009, 2015, 2016), tendo em vista a relevância para os estudos da responsabilidade enunciativa; e nos postulados de Guentchéva (1994, 1996, 2011, 2014) sobre as manifestações da categoria do mediativo (MED), cuja organização se dá em torno de três valores fundamentais: (1) fatos relatados, inclusive segundo o ouvir-dizer; (2) fatos inferidos e (3) fatos de surpresa. Nesse sentido, nosso trabalho é orientado por estudos de autores da Linguística Textual, entre eles, Koch (2004, 2005, 2012), Marcuschi (2005, 2008, 2012), Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010, 2012, 2014), bem como se ancora em estudos de Bakhtin ([1992]1997), sobre os gêneros discursivos e em investigações que focalizam o Discurso Jurídico, dentre as quais se situam Rodrigues (2016, 2016a, 2016b), Lourenço (2013), Gomes (2014) e Cabral (2014, 2016). Em nossa análise, trouxemos à tona os recursos linguístico-textuais utilizados pelo autor de cada sentença, objeto do estudo, como forma de manifestação da responsabilidade enunciativa. Os resultados mostraram que os pontos de vista dos L1/E1 e dos e2 os elementos que constituem a responsabilidade enunciativa fazem-se presentes nos discursos dos juízes, cuja enunciação se constrói por fundamentos com o objetivo de respaldar suas decisões acerca dos crimes cometidos pelos réus. A análise do corpus revelou que a construção dos PDV pelos juízes é realizada por mecanismos linguísticos, os quais revelam que a RE, tanto é atribuída pelo L1/E1, assumindo a responsabilidade enunciativa pelo conteúdo proposicional ou tomando para si os PDV alheios, como a RE é imputada a outros enunciadores, entre eles réu, vítima e Tribunal do Júri. |