Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ventura, Aline da Costa Bomfim |
Orientador(a): |
Pontes, Cibele Soares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48566
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Resumo: |
O Brasil possui uma zona costeira que está ameaçada por atividades econômicas e acelerado processo de urbanização, resultando em desequilíbrio do ecossistema e diminuição da qualidade socioambiental. As atividades socioeconômicas existentes na Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil, representam riscos às espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na região. Foram analisadas amostras de gônadas e dados obtidos de encalhes e ninhos de tartarugas marinhas entre os anos de 2010 e 2021 durante as atividades do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar para avaliar os potenciais impactos das atividades antrópicas sobre as tartarugas marinhas, bem como a ecologia de nidificação e maturação reprodutiva desses animais. Os sinais de interação antrópica foram classificados em 12 categorias (oito relacionadas à atividade pesqueira). Foram analisados 6.007 encalhes, incluindo quatro espécies de tartarugas marinhas (Chelonia mydas, Tartarugaverde; Eretmochelys imbricata, Tartaruga-de-pente; Lepidochelys olivacea, Tartaruga-oliva; Caretta caretta, Tartaruga-cabeçuda), e evidências de interação antrópica foram observadas em 12,88% (n = 774) dos encalhes. Chelonia mydas representou 94,05% (728/774) do total de registros com interação antrópica, e encalhes relacionados à pesca representaram 81,65% (632/774). Indivíduos jovens foram mais afetados do que adultos, da mesma forma fêmeas foram mais afetadas do que machos. Icapuí/CE e Areia Branca/RN, municípios bastante populosos, apresentaram maiores registros de encalhes com indícios de interação antrópica. Nossas análises revelaram que encalhes com interações antrópicas relacionadas à pesca ocorreram ao longo do ano, entretanto um maior número de registros ocorreu na estação seca e na temporada da pesca da lagosta. Os municípios de Macau/RN e Guamaré/RN foram as áreas prioritárias de reprodução das tartarugas marinhas, com maior número de ninhos registrados (60,70% e 20,82%, respectivamente). A época de nidificação para Eretmochelys imbricata ocorreu entre dezembro e maio e para Lepidochelys olivacea de março a agosto. Tartarugas-de-pente apresentaram maior tamanho das ninhadas, tempo de incubação, número de ovos não eclodidos e número de filhotes mortos quando comparado com tartarugas-oliva; no entanto, apresentaram menor sucesso de eclosão. Precipitação entre 0 e 22 mm e umidade relativa (UR) maior que 69% aumentaram a taxa de sucesso de eclosão para E. imbricata; entretanto, chuvas acima de 11 mm e UR 64% tiveram o mesmo efeito para L. olivacea. Existe influência antrópica sobre os níveis de postura reprodutiva das fêmeas e sobre os filhotes e ninhos desses animais; construções, luminosidade, atividade pesqueira, predação humana e resíduos antropogênicos foram os principais indicadores de impactos encontrados na área. O comprimento da carapaça das tartarugas marinhas não é apropriado para identificar o estágio de maturação reprodutiva quando utilizado de forma isolada, sendo a análise histológica uma técnica adequada para este fim, portanto, recomenda-se adotar o tamanho mínimo no qual é observada atividade reprodutiva no tecido gonadal, através da análise histológica, como base para o tamanho reprodutivo inicial. Somado a isto, a análise histomorfométrica oferece oportunidade para aumentar a compreensão sobre os atributos que influenciam na maturação sexual desses animais. Os resultados dessa pesquisa fornecem subsídios para medidas de manejo, mitigação e adoção de políticas públicas para minimização dos impactos sobre as tartarugas marinhas, ajudando a conservá-las. |