As multifacetas do medo cósmico e o pacto ficcional Weird em H.P. Lovecraft

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Kleiton da
Orientador(a): Xavier, Wiebke Roben de Alencar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28399
Resumo: O presente estudo analisa as multifacetas do medo cósmico, como elemento estilístico, nas narrativas What the Moon Brings (1922), The Colour Out of Space (1927), The Shadow Over Innsmouth (1931) e At the Mountains of Madness (1931) do autor norte-americano Howard Phillips Lovecraft (1890–1937). O discurso presente em narrativas da ficção weird leva ao medo cósmico por intermédio do pacto ficcional entre o narrador e o leitor e pelas categorias de análise que contribuem para a construção de uma atmosfera de medo e horror presente no enredo das narrativas propostas. A identificação desse pacto ficcional e dessas categorias de análise fornecem os procedimentos adotados pela escrita do autor para estabelecer o medo cósmico na configuração das narrativas pertencentes ao corpus. Tendo em vista esta literatura, o gênero weird aproxima-se do Fantástico por desestabilizar a realidade, diante das perspectivas de Roas (2014) e dos princípios teóricos de Todorov (2010). O trabalho investiga temas importantes na configuração e ambientação dos contos, assim como explora e observa o papel do narrador e das categorias do medo cósmico, como parte do universo da ficção weird e gênero próprio da literatura fantástica. Considera-se a temática do medo cósmico presente nas narrativas analisadas diante das teorias do conto weird, por Joshi (2003); do leitor, por Jauss (1979) e Iser (1979); do leitor modelo por Eco (1979); e do ponto de vista na ficção, por Friedman (1967). Assim, com enfoque no pacto ficcional entre o narrador e o leitor, as categorias de medo cósmico surgem por intermédio do discurso do narrador e do seu comportamento, dos personagens, do enredo e da linguagem, da forma e do corpo do texto, que integram o sentimento de horror na definição da realidade, frente a uma atmosfera que remete ao medo cósmico. Conclui-se que o medo cósmico é parte indispensável das narrativas weird. A sua percepção por parte do leitor faz-se presente no conto mediante a aceitação do que é apresentado pelo narrador, a estética textual, aos elementos que se mostram sob a forma de categorias, a capacidade de proporcionar a desestabilização da realidade conhecida pelo leitor a fim de que ele duvide dos fenômenos apresentados e que os personagens sejam recursos com os quais o leitor possa se identificar.