A saúde mental dos profissionais de um Hospital Público em São Luís-MA no contexto da pandemia do Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cruz, Ruy Ribeiro Moraes
Orientador(a): Macedo, Mauricio Roberto Campelo de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO, TRABALHO, EDUCAÇÃO E SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58178
Resumo: Este estudo teve como objetivo identificar a ocorrência de sofrimento psíquico, inclusive de transtornos mentais, entre os profissionais de saúde da UTI de um hospital da rede pública de São Luís, Maranhão, no contexto pandêmico da COVID19, e sua associação com os processos de trabalho, a partir da percepção dos envolvidos. A pesquisa consistiu em um estudo de caso único que abordou, por meio de métodos e técnicas de análise qualitativa, a compreensão dos sinais e sintomas e as mudanças na qualidade de vida e nos processos de trabalho. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais desta UTI, que foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo dos discursos dos profissionais. Os resultados da pesquisa evidenciaram um contexto de crise sanitária de caráter internacional, com suas características locais de aumento exponencial de casos e óbitos, oferta de leitos desproporcional às necessidades, carência de equipamentos de proteção e insumos, despreparo técnico e de gestão para enfrentar a crise, mudanças emergenciais nos processos e ambientes de trabalho. O cenário de medo, inseguranças, incertezas e sofrimento psíquico complementam o quadro de adversidades que caracterizam este contexto. Um conjunto de situações e vivências aparentemente contraditórias foram encontradas que mostram traumas e sintomas psicológicos frente ao eminente risco de morrer, contagiar e matar entes queridos, somatizações, luto prolongado, estresses contínuos, dificuldades para “desacelerar”, problemas com o sono e alimentação, sintomas depressivos e transtornos de ansiedade. Os entrevistados reconhecem que essas experiências interferem no processo de trabalho e na qualidade de vida, no âmbito da UTI e em outros espaços de sua atuação. Os conflitos interpessoais, insatisfações profissionais, problemas de comunicação entre os profissionais e gestores, e fragilidades no processo de educação permanente, também contribuem de forma relevante para a situação dramática que torna simultaneamente os cuidadores agentes e objeto de cuidados.