"Experiências de inverno": a prática do roubo de santo e a sacralização de espaços sertanejos em comunidades rurais de Pombal-Paraíba (1950-2015)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sousa, Emerson José Ferreira de
Orientador(a): Sales Neto, Francisco Firmino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43690
Resumo: Este trabalho investiga como o roubo de santo, prática realizada em prol das chuvas no Nordeste, constitui os sertões como espaços sagrados. A partir do roubo de imagens católicas, em especial a do padroeiro das chuvas, São José, em comunidades rurais do munícipio de Pombal, analisamos essa experiência de inverno, seus significados e interesses cotidianos para compreendermos a sacralização dos espaços rurais no sertão paraibano. No campo teórico – com base em Certeau (1998), Segaud (2016), J. Assmann (2016), A. Assmann (2011), Dubar (2006), Hall (2006), Tuan, (1983), Hobsbawm (1997), Geertz (2008), Ingold (2012), Descola (2015), Haesbaert (2007) e Zambrano (2001) – a pesquisa operacionaliza os conceitos de espaço, memória, identidade, experiência, tradição e território, a fim de perscrutar os aspectos socioculturais mobilizados junto à prática para configurar essa espacialidade sertaneja. Como metodologia, a partir das análises de Meihy e Holanda (2011) e Delgado (2006), utilizamos a história oral para analisar as memórias em torno dessa prática religiosa, constituídas pelas narrativas daqueles que vivenciam o cotidiano local, percebendo como essas memórias atuam na formação de espaços da recordação e estabelecem identidades que territorializam as vivências sociorreligiosas nessas localidades. A análise iconológica de imagens e de artefatos da fé ligados ao roubo, baseada em Meneses (2003), e a apreciação de documentos escritos a respeito da vida de pessoas que ali habitaram complementam o aporte metodológico da pesquisa. Portanto, ao evidenciarmos que o roubo de santo ressignificou saberes, memórias e identidades comunitárias, constatamos que os sertões estudados constituem espacialidades sagradas.