Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Thiago Alves Moreira |
Orientador(a): |
Soares Júnior, Azemar dos Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55160
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Resumo: |
O ano de 2020 ficou marcado pela declaração de emergência sanitária causada por um novo tipo de coronavírus, o Sars-CoV-2. No Brasil, com uma gestão federal que já dava sinais de compromisso com a economia muito maior do que com a preservação da vida, a doença covid-19 acabou alcançando um índice de mortalidade muito maior do que era esperado, caso as políticas de prevenção tivessem sido adotadas. Ao contrário, a gestão de Jair Bolsonaro se comportou exatamente nos marcos do que Achille Mbembe (2018) denominou de Necropolítica. Como forma de resistir, a população começou a organizar a resistência ao (necro)poder, e em defesa da vida. Um dos vieses dessa resistência pode ser encontrado nos discursos contidos nas charges e tirinhas políticas produzidas durante o período, e que manifestavam posições contrárias ao discurso oficial. Assim, esta tese tem por objetivo analisar os discursos imagéticos contidos em charges publicadas nos anos de 2020 e 2021 sobre a pandemia da covid-19 como manifestação de resistência ante as posições políticas do governo Jair Bolsonaro. A pandemia de covid-19 se estabeleceu a partir do ano de 2020, e desencadeou, por parte de vários governos, esforços para seu entendimento e para as melhores formas de tratamento ou prevenção. Por outro lado, alguns governos como o brasileiro, assumiram uma postura negacionista durante a referida pandemia. Ao passo em que Jair Bolsonaro, enquanto presidente da República durante os primeiros anos da pandemia, produzia discursos contrários ao da comunidade científica, vários focos de resistência insurgiram contra o governante e sua gerência. Vários chargistas, assim, passaram a imprimir, a partir de suas concepções e escolhas, críticas ao presidente, e em especial à sua ação durante a crise sanitária. Metodologicamente, utilizo como a análise do discurso de linha francesa, inspirada em Michel Foucault (1996), e tem como corpus documental as charges produzidas nos dois primeiros anos de pandemia de covid-19 no Brasil. As fontes históricas problematizadas são as charges publicadas na rede social Instagram por desenhistas críticos ao governo de Jair Bolsonaro e à sua atuação durante a pandemia, a saber: Daniel Lafayette, Helô D’Angelo, Laerte Coutinho e Gilmar Machado. Para desenvolver a construção analítica, dialogo com os conceitos de biopolítica e resistência em Michel Foucault (1998; 2008; 2019), necropolítica em Achille Mbembe (2018), a análise de imagens como arquivos historiográficos em Peter Burke (2017). Conclui-se que as charges políticas, enquanto discurso-imagem, contribuíram com a luta a favor da vida ao escancarar por meio do humor, do sarcasmo e da ironia, a vontade de verdade do poder, constituindo assim papel importante como tecnologia de um biopoder de resistência, atuando como ferramenta formadora em um âmbito de educação não-formal por meio dos enunciados publicados nas contas dos chargistas no Instagram. |