Pandemia e Solidariedade: conhecendo a frente humanitária canto da rua emergencial e os desafios da população em situação de rua, em tempos de pandemia da Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nogueira, Maria Tereza de Almeida Granha
Orientador(a): Modena, Celina Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51019
Resumo: Este estudo visa investigar, por meio de pesquisa qualitativa, os efeitos da pandemia para a vida da População em Situação de Rua (PSR) e descrever como a Frente Humanitária Canto da Rua Emergencial foi decisiva, para melhorar as condições de enfrentamento da pandemia pela PSR, no município de Belo Horizonte. O cenário de prática da pesquisa foi a Frente Humanitária Canto da Rua Emergencial, com ênfase nos espaços da Serraria Souza Pinto e Hospedagens. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os coordenadores, trabalhadores e pessoas com trajetória de rua da Frente Humanitária Canto da Rua Emergencial. As narrativas foram analisadas na perspectiva da análise de conteúdo, visando, a partir dos aspectos comuns e divergentes apresentados pelos entrevistados, aprofundar teoricamente sobre as condições de vida da população em situação de rua, descrever as dificuldades que essa população enfrentou para cumprir as medidas de proteção propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), explicitar os impasses e desafios que o isolamento social trouxe para suas vidas e a importância da Frente Humanitária Canto da Rua Emergencial para o enfrentamento da pandemia. O referencial teórico que orientou a análise das narrativas foi pautado pelos conceitos de necropolítica (MBEMBE, 2019), vida precária (BUTLER, 2019) e biopoder (FOU-CAULT, 1999). Os resultados estão em consonância com os conceitos citados, uma vez que a invisibilidade, a extrema vulnerabilidade e a constante vivência de violação de direitos humanos desta população, inclusive pelo poder público, vão ao encontro do pensamento desses autores, que denunciam no capitalismo a existência de populações que são entregues à própria sorte, populações a quem serão destinados mundos de morte, que são escolhidas para morrer e a quem a sociedade não pranteará a perda.