Infecção por tripanossomatídeos em quirópteros capturados no município de Natal-RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Ana Clara Oliveira da
Orientador(a): Guedes, Paulo Marcos da Matta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32416
Resumo: Os tripanossomatídeos são protozoários parasitos pertencentes à família Trypanosomatidae, dentre os quais destacam-se os gêneros Trypanosoma e Leishmania. Quirópteros são hospedeiros antigos e naturais de Trypanosoma cruzi e Leishmania infantum, agentes etiológicos da doença de Chagas e da leishmaniose visceral, respectivamente. Entretanto, a participação de morcegos no ciclo de transmissão do T. cruzi e da L. infantum ainda é subestimada. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de infecção desses tripanossomatídeos em quirópteros capturados no município de Natal, no estado do Rio Grande do Norte. Noventa e cinco morcegos foram coletados, 50 provenientes de captura passiva em área urbana com auxílio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Natal entre 2019 e 2020, e 45 obtidos por captura ativa, utilizando redes de neblina em área de conservação ambiental (Parque das Dunas), no município de Natal-RN. Os animais foram identificados, eutanasiados, e submetidos a coleta de fragmentos de fígado, baço e pele. O DNA foi extraído e técnicas de PCR para a amplificação do kDNA do T. cruzi e para amplificação de uma região específica do gene hsp70 que detecta o gênero Leishmania foram realizadas. A espécie Artibeus planirostris foi a mais prevalente entre os morcegos capturados em ambiente urbano e no Parque das Dunas, e apresentou 95% e 56% de infecção por Leishmania spp. e T. cruzi, respectivamente. As taxas de infecção dos morcegos por T. cruzi, Leishmania spp, e coinfectados por T. cruzi/Leishmania spp. foram de 56% (53/95), 73% (69/95) e 41% (39/95), respectivamente. Leishmania spp. foi detectada na pele de 55% (43/79) dos animais avaliados. Animais capturados no Parque das Dunas apresentaram a maior taxa de infecção relativa por T. cruzi (67%) (p=0,0401), quando comparado a morcegos capturados no ambiente urbano (46%). O sexo e o hábito alimentar dos quirópteros não influenciou a taxa de infecção por T. cruzi. Quirópteros frugívoros (90%) apresentaram maior taxa de infecção por Leishmania spp., quando comparados a insetívoros (65%) (p=0,0067) e nectarívoros (33%) (p=0,0005). Por outro lado, o sexo (p>0,9999) e o local de captura (urbano x Parque das Dunas) (p=0,3587) não influenciaram a taxa de infecção por Leishmania spp. Nossos resultados demonstram elevada taxa de infecção por tripanossomatídeos em quirópteros capturados no município de Natal-RN, indicando que poderiam participar do ciclo de transmissão epidemiológico de Leishmania spp. e T. cruzi.