Da educação infantil ao ensino fundamental: o que contam as crianças sobre essa travessia na cultura de escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Monteiro, Iêda Licurgo Gurgel Fernandes
Orientador(a): Passeggi, Maria da Conceilção Ferrer Botelho Sgadari
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21191
Resumo: A partir de indagações sobre a criança como sujeito de direitos, este trabalho toma como objeto de estudo a percepção de crianças de 5 a 7 anos de idade sobre sua travessia da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, na cultura de escola. O objetivo da pesquisa é portanto investigar o que contam as crianças em narrativas elaboradas numa roda de conversa sobre suas experiências da vida escolar na Educação Infantil e no primeiro ano do Ensino Fundamental. Participaram da pesquisa 18 crianças de uma escola pública da cidade do Natal (RN). Foram realizadas cinco rodas de conversa em que contaram a um pequeno alienígena que desconhecia a cultura escolar, o que elas sabiam sobre a escola e o que nela faziam. A pesquisa está vinculada ao Projeto “Narrativas infantis. O que contam as crianças sobre as escolas da infância?” (Passeggi et all, 2011) e adota princípios epistemológicos e métodos da pesquisa (auto)biográfica em educação, tomando como hipótese de trabalho a capacidade da criança de refletir sobre suas experiências e compreender, do seu ponto de vista, o que lhes acontece. As análises foram organizadas com base no conceito de cultura escolar (Barroso, 2012). Nas narrativas das crianças, as três dimensões da cultura escolar: a funcionalista (finalidades e normas), a estruturalista (estrutura e organização pedagógica) e a interacionista (relação com o outro, com os espaços e com o saber), se apresentam entrelaçadas em suas percepções da escola e sinalizam tensões vivenciadas em um processo de “conversão” de criança em aluno(a). As crianças demonstram perceber as singularidades de cada nível de ensino. Reconhecem como característica da Educação Infantil as atividades lúdicas e como injunções do primeiro ano do Ensino Fundamental o “estudar”, o “aprender a ler e escrever” para “ser inteligente”, para “mudar”. A escolarização vai assim se constituindo, aos seus olhos, como um tempo e um espaço em que a cultura infantil dá lugar a cultura escolar, e nessa travessia experienciam que o desejo de brincar e o dever/querer estudar atravessam as três dimensões da cultura de escola. No final da viagem, confirma-se o estatuto da crianças como seres culturais e de direitos, cujas narrativas sobre a escola e sobre suas experiências de “conversão” em aluno(a)s muito revelam sobre o poder de reflexão sobre elas mesmas, a escola e a sociedade na qual vivem, legitimando o seu lugar na pesquisa educacional e nas políticas de atenção à infância.