No chão quilombola os rebentos narram suas percepções acerca da escola de infância da comunidade Cajueiro I em Alcântara/MA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carvalho, Herli de Sousa
Orientador(a): Passeggi, Maria da Conceição Ferrer Botelho Sgadari
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23755
Resumo: Abordamos, a partir do título “No chão quilombola, os rebentos narram suas percepções acerca da escola de infância da Comunidade Cajueiro I em Alcântara - Maranhão”, nosso objetivo de compreender as percepções sobre a escola atribuídas por crianças quilombolas, haja vista que partimos da problemática advinda de séculos de escravidão da população negra e da negação, durante décadas, de formação escolar para essas crianças sujeitos de direito. Como método de organização, analisamos a relação com a consciência identitária de afrodescendente que somos, para dar conta do objeto que passa pela discussão central da escola que temos, na percepção de crianças quilombolas representando-a como um “lugar aprendente” de reconhecimento do pertencimento às raízes de matriz africana, ressignificada na prática educativa da cultura escolar. Apresentamos parte do embasamento teórico conceitual advindo dos referenciais da Pesquisa (Auto)biográfica em Educação, bem como dos estudos tendo por base as pesquisas com crianças. Abordamos como se processa a luta para conquistas de direitos à educação da população negra marginalizada nas várias diásporas no Brasil, neste caso, com uma visão voltada à Educação (Escolar) Quilombola na Comunidade Cajueiro I no Município de Alcântara - Maranhão, bem como a políticas públicas destinadas à promoção de ações afirmativas ao povo negro, e nos aproximamos da Educação Quilombola e Educação Escolar Quilombola contemplando as singularidades em narrativas infantis representativas das relações das crianças com os pares educativos. Trazemos os caminhos metodológicos apontando os dados recolhidos mediante uma pesquisa etnográfica, que se valeu de instrumentos de observação participante na Comunidade Cajueiro I e na Escola Quilombola, sendo registrados no diário de campo da pesquisadora. Os sujeitos são crianças da faixa etária de 7 a 12 anos de idade, com as quais utilizamos dados de um questionário aberto; o uso de narrativas infantis em duas rodas de conversa onde participaram dialogando com o pequeno alienígena chamado Alien, como instrumento de provocação para narrativas sobre a escola pública de Educação Fundamental; e, por fim, uma produção textual com crianças sobre a escola quilombola. Portanto, este trabalho procura compreender os pontos de vista das crianças, considerando-as produtoras de conhecimento. Cabe esclarecer que, dos textos, extraímos excertos que correspondem ao objeto de estudo, de modo a dar visibilidade às falas das crianças sobre suas percepções da escola. Para tratar os resultados, apresentamos as narrativas infantis organizando a escola quilombola nas perspectivas funcionalista, estruturalista e interacionista, conforme Barroso (2008), e tratamos de cada uma e de seus desdobramentos, a saber: funcionalista, instituída quanto às finalidades e às normas; estruturalista, considerando a estrutura e a organização pedagógica da escola; e interacionista, na qual destacamos as relações com os outros, com o espaço e com os saberes. Concluímos que as crianças, alunos e alunas da escola, na Comunidade Cajueiro I, têm saberes característicos do grupo de pertença, narram sobre si e suas vivências que perpassam a cultura escolar desvelada na escola quilombola e constatamos que essas crianças privilegiam as relações entre os pares e as brincadeiras como parte da cultura escolar quilombola.