Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Cavalcante, Raquel Marinho de Souza |
Orientador(a): |
Gavilan, Simone Almeida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43768
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Resumo: |
Estudos sobre a biologia básica de tartarugas marinhas nos permite tomar importantes decisões de manejo para a conservação desse grupo taxonômico. Ainda há escassez de informações que relacionem hábitos alimentares com a morfologia interna do trato gastrointestinal superior (língua e esôfago) desses animais. Além disso, não há estudos que comprovem a função da língua no processo de digestão. Por esse motivo, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar a morfologia macro e microscópica de língua e esôfago de tartarugas marinhas, estabelecendo comparações entre as espécies e seus hábitos alimentares. Durante o período de janeiro de 2018 a novembro de 2019, foram avaliadas amostras de língua e esôfago de tartarugas marinhas encalhadas mortas ou que vieram á óbito na Base de Reabilitação do PCCB-UERN, em todo o litoral do RN e litoral leste do CE. Os animais foram necropsiados e os órgãos de interesse foram dissecados conjuntamente e fixados em formol 10%. Posteriormente, foi realizado o registro fotográfico, pesagem e biometria e em seguida, as amostras de língua foram encaminhadas para clivagem histológica, enquanto as amostras de esôfago foram destinadas para o processamento da técnica estereológica. Como resultados, vale destacar os achados histológicos inéditos referentes à língua das tartarugas marinhas. Foi observado que a superfície dorsal é revestida por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado com papilas em formato filiforme e fungiforme. Além disso, outra novidade é que em C. mydas, observou-se glândulas salivares, enquanto em C. caretta, foi descrito um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado com células caliciformes. A presença de glândulas e células caliciformes sugere a secreção de saliva e muco, respectivamente, pelo órgão. Além disso, nas análises estereológicas do esôfago, foi observado que a espécie C. mydas possui maior densidade de volume (Vv) e volume total (Vtot) na camada muscular, enquanto que a espécie C. caretta, apresentou maiores valores para a camada mucosa. O maior desenvolvimento da camada muscular no esôfago de C. mydas, é justificado pelo fato de sua dieta ser rica em macroalgas e fanerógamas, itens alimentares que possuem em sua composição celulose e hemicelulose, sendo necessário que eles passem pelo processo de fermentação durante a digestão. Dessa forma, uma camada muscular bem desenvolvida no esôfago permitiria maior motilidade do órgão, promovendo a mistura do conteúdo alimentar durante a fermentação, além de permitir uma intensa digestão mecânica do alimento por meio das papilas esofágicas. A partir dos achados, pode-se inferir que para ambas espécies foram descritas papilas filiformes. Em C. mydas foram descobertas papilas fungiformes, que possuem função gustatória, sugerindo a possível presença de botões gustativos. Por fim, pode-se afirmar que o esôfago apresenta diferenças morfológicas e funcionais para as duas espécies, condizentes com hábitos alimentares distintos. |