Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Cerejeira, Thiago de Lima Torreão |
Orientador(a): |
Alves, Jefferson Fernandes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29456
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Resumo: |
A proposição de contextos criativos que estimulem e provoquem a autonomia interpretativa dos alunos não se configura como um exercício solitário, mas composto de múltiplas vozes, responsáveis pela constituição de princípios alteritários e identitários. Com base na premissa da construção de uma cultura escolar inclusiva, analisa-se neste estudo o percurso pedagógico de um processo de criação cênica, tendo como referência a peça sonora, a contação de histórias e a audiodescrição. Cabe salientar que o conceito de peça sonora aqui instituído surge em decorrência das experiências cênicas virtuais de audionovelas e montagens feitas por grupos brasileiros de pessoas com deficiência visual no ciberespaço. Diante do exposto acima, pergunta-se como tais incursões artísticas, fundamentadas nos eixos da audibilidade/visualidade e presença/ausência, podem ampliar os processos interativos no contexto escolar entre alunos com e sem deficiência visual. Em busca de respostas a essas questões, optou-se pelo trabalho na perspectiva que cultiva a arte do encontro e propõe o "educar pela experiência" (LARROSA, 2014), utilizando como referência os jogos improvisacionais (DESGRANGES, 2017), a partir de adaptações de jogos teatrais, considerando portanto a perspectiva das oficinas pedagógicas como práticas fomentadoras de novas ideias, que intentam construir com os alunos extratos cênicos sonoros como um exercício artístico de alteridade e que deflagram a potência da palavra(ZUMTHOR, 2007) e da cena sonora enquanto mediadoras desses processos interativos e que oferecem novas possibilidades estéticas de se ver e se compreender no mundo (BAVCAR, 2003). Para tanto considere-se, no âmbito deste estudo, a nossa compreensão de deficiência, bem como o nosso entendimento sobre o acionamento multissensorial do corpo. Os pressupostos metodológicos da abordagem qualitativa e da pesquisa intervenção, fundamentados em Jobim e Souza (2012) e alicerçados nas concepções de alteridade, relações dialógicas e cronotopo (BAKHTIN, 2017) contribuíram para a análise deste estudo. O procedimento de análise utilizado foi evidenciado a partir das rodas de conversa (KRAMER, 2003), utilizando o procedimento das entrevistas coletivas e individuais, do diário de campo, bem como do registro fotográfico, sonoro e visual. A pesquisa foi realizada em uma escola da rede estadual, no município de Natal (RN), com alunos de uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental e faixa etária entre 13 e 17 anos. Os resultados dos diferentes experimentos desenvolvidos a partir dos jogos improvisacionais, que consideraram as matrizes sonoras e táteis, possibilitaram aferir que, esse jogo do encontro que emerge com a peça sonora rompe com as concepções tradicionais da cena, instaurando uma perspectiva que elege a matriz da audibilidade como preponderante, e assinala a percepção de novas formas de aprender e de se expressar, desencadeando por conseguinte os princípios alteritários, ao potencializar e redimensionar as relações dialógicas. Essa abordagem pedagógica que expande a percepção do olhar, e articula os eixos da presença/ausência e da audibilidade/visualidade, pautada nos fundamentos da audiodescrição e da contação de histórias através do jogo teatral, podem promover o acionamento multissensorial do corpo e instigar novas formas de se relacionar, de pensar e interagir com o outro. |