Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Schwartz, Letícia |
Orientador(a): |
Massa, Clovis Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/202048
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Resumo: |
O presente projeto investiga o potencial da audiodescrição enquanto provocação à percepção da pessoa com deficiência visual, favorecendo o mergulho do espectador para além de uma leitura concreta e objetiva da cena. Para tanto, busca estabelecer uma aproximação entre a audiodescrição e a proposta artística do espetáculo, tendo por referência a perspectiva de Holland (2009), em contraste com o eventual pragmatismo de Snyder (2017). O estudo se desenvolve em dois eixos distintos e complementares: a produção de audiodescrição para teatro e a recepção por parte do espectador cego ou com baixa visão. Os conceitos teóricos, em especial aqueles definidos por Alves e Leão (2017) e Neves (2011), estão entrelaçados com uma experiência prática: a audiodescrição do espetáculo Inimigos na Casa de Bonecas, dirigido por Camila Bauer, que estreou em maio de 2018 na Sala de Eventos do Instituto Ling, em Porto Alegre. Nos dias que se seguiram à apresentação do espetáculo, foram realizadas entrevistas por WhatsApp junto a doze espectadores com deficiência visual, com o objetivo de melhor compreender os processos de recepção. As falas dos participantes – que podem ser acessadas em áudio através de links disponibilizados a cada citação – costuram-se ao texto, estabelecendo um diálogo constante entre a produção e a recepção. A análise dos dados tem caráter subjetivo e obedece a uma seleção de treze verbetes do Léxico do Drama Moderno e Contemporâneo (2013), elaborado por Sarrazac e um grupo de colaboradores. O evento teatral é abordado como uma pluralidade de estímulos, responsáveis por despertar conceitos, associações, sensações e memórias, conforme proposto por Fischer-Lichte (2008). A identificação de uma variedade de estímulos não-visuais sugere a hipótese de que uma audiodescrição que respeite e potencialize a percepção dos elementos sensoriais presentes no espetáculo ofereça ao espectador com deficiência visual uma experiência equivalente àquela vivida pelo espectador vidente. A reação dos espectadores sugere que o aprofundamento na linguagem do espetáculo conduz à percepção dos elementos que caracterizam a dramaturgia contemporânea. A costura cuidadosa da audiodescrição com os estímulos não-visuais da encenação parece assumir lugar de destaque nos processos de percepção. A pesquisa defende a concepção de audiodescrição para teatro, à semelhança do próprio acontecimento teatral, como um processo vivo que se concretiza no encontro entre o audiodescritor, o espetáculo e o espectador, faces de um prisma através do qual a encenação se abre em um espectro de percepções e múltiplas leituras. |