Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Damasceno, João Paulo Tavares |
Orientador(a): |
Pichorim, Mauro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/37375
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Resumo: |
Aves limícolas são espécies características de ambientes úmidos, presentes em todos os continentes e reconhecidas pelos movimentos migratórios entre sítios reprodutivos e de descanso (ou invernada), algumas vezes, localizados em hemisférios diferentes. Esse complexo movimento associado a grande diversidade de habitats utilizados pelas espécies durante a migração também implicam em ameaças em diferentes escalas, e um desafio para políticas conservacionistas que priorizam a proteção de áreas úmidas. Apesar de esforços internacionais e da criação de um instrumento nacional para conservação do grupo, poucas áreas têm sido implementadas para proteção e poucas informações sobre ameaças e impactos foram acessadas e discutidas. Nesta tese, acessamos padrões de riqueza, distribuição e movimentação de aves limícolas, além de discutir como os habitats utilizados por essas espécies responderão ao aquecimento global no futuro. No capítulo 1, acessamos registros de ocorrência de 28 espécies de aves limícolas no Brasil para identificar padrões de distribuição, movimento de espécies migratórias e residentes, utilizando o método de densidade de kernel e modelos aditivos generalizados. Nós identificamos dois modelos dominantes de distribuição caracterizados pelas espécies: um com distribuições ao longo do litoral, sinalizando o uso da rota atlântica em seus movimentos migratórios; outra se movimentando pelo interior do país passando por estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas; além de algumas espécies que parecem se movimentar por ambas as rotas. Quando associamos esses registros com informações de uso e cobertura do solo, encontramos que a distribuição e a riqueza das espécies foram influenciadas negativamente por áreas com agropecuária, remanescentes florestais, enquanto áreas sob influência de ambientes urbanos, praias e dunas e áreas naturais não florestadas afetaram positivamente o número de espécies. No capítulo 2, utilizamos preditores espaciais de clima, energia e heterogeneidade de habitat para testar qual hipótese melhor explica os padrões de riqueza de aves limícolas no Brasil. Através de nossos resultados, identificamos uma relação negativa da riqueza de espécies com a variação entre temperatura máximas e mínimas, indicando que ambientes mais estáveis climaticamente estão associados a maiores índices de riqueza no grupo. No capítulo 3, combinamos registros de ocorrência com dados climáticos, topográficos e uso e cobertura do solo, para modelar a disponibilidade de habitats de aves limícolas residentes e migratórias no Brasil, e identificar como sítios de invernada e de passagem serão afetados em previsões sob diferentes cenários de emissão carbônica (RCP 4.5 e 8.5). Nossos resultados mostraram que ambos os cenários de RCP’s indicaram um balanço de perdas superiores aos de ganhos, com a maioria das espécies previstas a perderem mais de 50% dos seus habitats projetados em um intervalo de 50 anos. Nosso estudo integra informações adicionais sobre distribuição, padrões migratórios e de riqueza de espécies, além de perspectivas futuras da consequência do aquecimento global nos habitats utilizados pelas aves limícolas no Brasil. Ainda, esses resultados também levantam a necessidade de implementação de medidas urgentes para controle de impactos em habitats onde já existem algum tipo exploração econômica, através da proteção e gestão de áreas úmidas (e.g., uso sustentável do solo e produção de baixo impacto) e implementação de políticas públicas que visem a proteção desses ambientes (e.g., restauração de áreas degradadas, manejo de recursos hídricos, incorporação das mudanças climáticas em planos de manejo e monitoramento e avaliação de ações). |