"É uma educação diferente": sentidos e significados de experiências educacionais a partir de um curso pré-vestibular LGBT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Braga, José Ricardo Marques
Orientador(a): Schwade, Elisete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52225
Resumo: Esta investigação social tem por objetivo a compreensão das experiências tecidas por indivíduos, em sua grande maioria LGBT, no contexto de um curso pré-vestibular LGBT - ofertado no interior de um coletivo - da cidade de Fortaleza. Tal empreendimento, que é também um programa de extensão na Universidade Estadual do Ceará, fundado entre os anos de 2015 e 2016, possui como finalidade o combate à transfobia e demais preconceitos, sobretudo nos espaços escolares, mas em toda a estrutura social. Entendendo que a educação é tomada como pilar fundamental na atuação deste coletivo, como forma de luta contra a transfobia e demais preconceitos, ofertando cursinho preparatório para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), formação profissionalizante, cursos de idiomas, cursos de extensão e outras capacitações educacionais, visando possibilitar o acesso a espaços como as universidades para segmentos historicamente alijados desses ambientes (como travestis e pessoas trans), busco analisar os significados das experiências pedagógicas (e não propriamente pedagógicas) que se engendram nas atividades deste coletivo, especificamente no curso pré-vestibular. Metodologicamente, parto de um viés etnográfico, elegendo a observação participante como cerne, utilizando ainda de entrevistas, de conversas informais e observação participante no ciberespaço, tendo em vista o contexto da pandemia do novo coronavírus que atravessa esta pesquisa e a direciona aos ambientes virtuais. Observa-se, inicialmente, que a compreensão do que significa “viver o/no curso pré-vestibular”, assim como os sentidos de traçar um itinerário educativo nas formações propiciadas, remete-nos às memórias das experiências escolares pregressas, tomadas, via de regra, pelo sofrimento e pelo “bullying”, em contraste relativo com a vivência pedagógica presente, classificada como uma “educação diferente”, já que pensada, construída e vivida entre e por LGBT’s (em sua imensa maioria), demarcando, em certo grau, diferenciações entre vivências escolares deste curso pré-vestibular e outras experiências educacionais pregressas. Ainda que possamos afirmar uma relativa similaridade entre os sujeitos participantes, é preciso destacar que os significados produzidos nas experiências escolares são plurais e heterogêneos, bem como são os sentidos que motivam o engajamento e a participação em tal coletivo. É a compreensão desses agenciamentos, processos de significação e reelaborações de si e de seus itinerários educativos que busquei analisar, observando a heterogeneidade que recobre as experiências estudadas, mesmo no contexto pandêmico onde os processos pedagógicos se deram no ciberespaço e onde se observam especificidades próprias do fazer educativo.