Status de vitamina D e fatores de risco cardiometabólico em adolescentes com sobrepeso/obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Angélica Luiza de Sales
Orientador(a): Lima, Severina Carla Vieira Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27513
Resumo: Evidências apontam para elevadas prevalências de hipovitaminose D associadas à obesidade e desordens cardiometabólicas na população infanto-juvenil em todo o mundo, porém poucos estudos têm sido realizados em regiões urbanas ensolaradas no nordeste brasileiro. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre o status de vitamina D com os fatores de risco cardiometabólico em adolescentes com sobrepeso/obesidade. Trata-se de um estudo transversal realizado por amostragem não-probabilística, com adolescentes com idades entre 10 e 19 anos, de ambos os sexos, diagnosticados com sobrepeso ou obesidade, atendidos pela primeira vez no ambulatório de pediatria do Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN, Natal/RN, no período de setembro de 2016 e novembro de 2018. Foram avaliados dados clínicos, bioquímicos, antropométricos, prática de atividade física, exposição solar e fototipo de pele. A 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) foi analisada pelo método de quimioluminescência. Os adolescentes foram agrupados de acordo com as concentrações de 25(OH)D em “suficientes” (≥30ng/mL) e “hipovitaminose D” (<30ng/mL). Foram realizadas comparações das variáveis entre os grupos por meio de testes estatísticos apropriados. Correlações entre as concentrações da 25(OH)D e as variáveis contínuas foram avaliadas pelo coeficiente (r) de Spearman. A relação entre as variáveis independentes e a concentração de 25(OH)D foi estabelecida de forma ajustada utilizando-se o modelo de regressão linear generalizado. A amostra foi composta por 125 adolescentes, a maioria do sexo masculino, na faixa de idade de 10 a 11 anos, com idade mediana de 11 anos. Verificou-se uma frequência de 45,6% de hipovitaminose D. Registrou-se maior percentual de hipovitaminose D (56,1%) no sexo feminino. A concentração média da 25(OH)D foi de 32,73(10,03) ng/mL na população geral; 39,39(8,25) ng/mL no grupo com suficiência de 25(OH)D, e de 24,38(4,01) ng/mL no grupo com hipovitaminose D, independente do sexo. Encontrou-se associações significantes entre a hipovitaminose D e o aumento da idade (p=0,024), pressão arterial (p= 0,006), perímetro do pescoço (p= 0,016), índice HOMA-IR (p= 0,016) e pressão arterial_SM (p= 0,006). Após o ajuste pela maturação sexual, as concentrações séricas de 25(OH)D apresentaram correlação positiva significante com a exposição solar e a prática de atividade física; e correlação negativa significante com pressão arterial, peso corporal, perímetro do pescoço, PTH, insulina de jejum e HOMA-IR. O modelo de regressão linear generalizada identificou associação negativa significante entre a exposição solar semanal na predição da hipovitaminose D, e foram encontradas associações positivas significantes entre a pressão arterial classificada de acordo com o percentil, e a pressão arterial como critério diagnóstico da síndrome metabólica, em que adolescentes com pressão arterial elevada tiveram 4 vezes mais chance de apresentar hipovitaminose D; e associações positivas significantes entre o peso corporal, e a insulina de jejum como preditores da hipovitaminose D. Concluiu-se que a baixa exposição solar está associada com a hipovitaminose D, e que a diminuição da 25(OH)D associa-se com a elevação da pressão arterial, excesso de peso e resistência à insulina nos adolescentes com sobrepeso/obesidade de uma região ensolarada.