(Sou)pa de pedras: o ritual performático e a ancestralidade a partir das poéticas e pedagogias de si

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bezerra, Liliane da Silva
Orientador(a): Haderchpek, Robson Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50856
Resumo: A presente pesquisa identifica, analisa e vivencia os aspectos performáticos, ritualísticos e simbólicos em (Sou)pa de Pedras como estratégia de reivindicação política, social e cultural por meio de uma construção poética de si. A partir das experiências biográficas das minhas matriarcas que reverberam na minha trajetória pessoal, assim como também, no inconsciente coletivo ancestral de cada mulher discorro sobre os apedrejamentos sociais. De forma crítica e reflexiva, reconstitui uma linha do tempo investigativa a partir de um plano cartográfico das memórias para o levantamento de vivências que têm como base a transmutação da dor secular da alma feminina e os mitos que a partir delas se repetem. Ao resgatar os simbolismos sagrados do meu feminino ancestral, me deparo com a panela, enquanto caldeirão de sentimentos, sonhos e ideais interrompidos e privados por conta da supremacia patriarcal nordestina em que as mulheres da minha família e eu estamos inseridas. Nesta perspectiva este estudo estabelece uma ótica territorial sobre a resistência do existir. E, para reconstruir caminhos e possibilidades, encontro-me com outro símbolo de poder que desde as nossas ancestrais eram usadas para assinalar “locais de poder”: as pedras. O resultado disso é uma grande (Sou)pa de pedras, ritual performático, nomeado assim para alumiar o surgimento de um alimento artístico, espiritual e poético que tem a intenção de nutrir e restabelecer a nossa relação com as faces da grande Deusa. No final do trabalho eu escrevo uma carta para Maria Madalena e me reencontro com o outro lado do véu. Para concluir me aproprio do conceito de fotoperformance, e a partir dele, consigo ressignificar o ritual de (Sou)pa de Pedras. Assim, através desta pesquisa busco resgatar a percepção, o deslocamento e a projeção da consciência em um nível profundo e sensível, nível em que se inserem os rituais.