A educação made in Rio Grande do Norte: entre as políticas desenvolvimentistas e o projeto hegemônico da Aliança para o Progresso (1961-1971)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Roselia Cristina de
Orientador(a): Paiva, Marlucia Menezes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49559
Resumo: Esta tese analisa os programas educacionais implementados pelos governos de Aluízio Alves e Monsenhor Walfredo Gurgel (1961-1971), destacando a política desenvolvimentista e o financiamento do Programa Aliança para o Progresso no Estado do Rio Grande do Norte. Este programa, pautado pela política de ajuda externa dos Estados Unidos para a América Latina, tinha em sua proposta a ideia de consolidar a democracia e preservar a liberdade; ideias que se vinculavam a um amplo projeto hegemônico. Para tanto, o desenvolvimento econômico e social seriam incentivados visando o controle e dominação. Para forjar esse desenvolvimento, tais governos, alinhados às recomendações internacionais, utilizaram como estratégia o planejamento, a organização administrativa, o financiamento em projetos e a educação como fator de desenvolvimento. Nesse sentido, abordamos uma série de acordos de cooperação técnica e financeira e as recomendações das Conferências Interamericanas que geraram políticas públicas envolvendo a educação nacional. Na pesquisa documental foram utilizados os arquivos do governo estadual, Ministério das Relações Exteriores, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), bem como documentos do departamento norteamericano e periódicos nacionais e locais. Nosso trabalho procurou demonstrar o uso político da Aliança para o Progresso mediante o robusto aporte de recursos investidos nos programas de governo, assim como a influência da cultura americanista na educação através da colaboração, cooperação e assessoria técnica da Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAID), Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e do Conselho Estadual de Educação que através de orientações e prescrições controlaram a produção do conhecimento dos programas educacionais revelando um processo de amoldamento identificado nas diretrizes do Programa Cooperativo de Educação e nas prescrições do Regimento Interno das Escolas Primárias de 1964, do Sistema de Educação de 1966 e do Plano de Educação de 1971 e nas práticas implementadas no projeto-piloto de alfabetização e desenvolvimento de comunidade do bairro das Quintas. Com isso percebemos que por trás do discurso desenvolvimentista, recomendações dos organismos internacionais e do financiamento estadunidense adotados pelos governantes apresentavam-se formas sutis de dominação eivadas pelos interesses políticos e econômicos que visavam forjar uma educação direcionada para a formação de mão de obra para atender às demandas do mercado internacional e conter o avanço dos movimentos da esquerda no Estado do Rio Grande do Norte.