Avaliação da pró-socialidade materna como modelo para a prósocialidade em crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Elenice
Orientador(a): Lopes, Fivia de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25683
Resumo: A Psicologia Evolucionista (PE) é uma perspectiva que parte dos conhecimentos sobre a Teoria da Evolução e os utiliza para buscar compreender os comportamentos e a mente humana. Ela teve origem a partir de elementos da psicologia cognitiva e da biologia evolutiva, abrangendo tanto aspectos biológicos quanto culturais. O princípio fundamental da PE é que o cérebro humano é moldado para solucionar questões relacionadas à sobrevivência e reprodução. Para compreendermos isso é necessário ter em mente que o cérebro foi moldado ao longo do tempo, no chamado Ambiente de Adaptação Evolutiva (AAE), ou seja, o ambiente onde nossos ancestrais caçadores-coletores viveram. Esse ambiente tinha características diferentes das que encontramos hoje; a busca por alimento possivelmente demandava maior gasto de energia, os grupos eram menores e com mais indivíduos aparentados, o que aumentava a probabilidade de cooperação entre os indivíduos e tornava mais fácil identificar quem não estava colaborando para o bem comum, os chamados free riders. Nesse contexto foram desenvolvidos alguns mecanismos para lidar com a ocorrência de free riders no grupo, como a seleção de parentesco, o altruísmo recíproco e a reciprocidade indireta. Além desses mecanismos, estudos que incluem a compreensão da cooperação a partir da ontogenia acrescentam elementos importantes relacionados ao contexto de desenvolvimento do indivíduo. Tais estudos buscam identificar quais são os fatores moduladores e de que forma eles influenciam o comportamento pró-social de crianças por possibilitar comparações entre diversos desses fatores, como: sexo, idade, características individuais, além de influências parentais e culturais. Com o objetivo de investigar se havia influência dos comportamentos pró-sociais maternos e da percepção dessa pró-socialidade nos comportamentos pró-sociais apresentados pelas crianças, o estudo foi realizado em Natal/ RN e contou com 71 díades compostas por crianças entre sete e onze anos de idade e suas mães. As mães responderam um questionário de autorrelato sobre o seu comportamento pró-social (Bateria de Personalidade Pró-social – BPP) e o questionário para caracterização sociodemográfica dos participantes. As crianças responderam a um questionário sobre a percepção que tinham dos comportamentos pró-sociais de suas mães e participaram de uma rodada do jogo do ditador como medida comportamental de pró-socialidade. Algumas similaridades e diferenças foram observadas entre a percepção das crianças em relação ao relatado por suas mães. Em três fatores (do total de sete) as médias de mães e crianças não diferiram significativamente, indicado que talvez nestes fatores as crianças tenham mais facilidade para identificar os comportamentos realizados por elas. O modelo criado para investigar quais variáveis influenciavam no comportamento pró-social das crianças explicou 30% da variação dos dados, com um dos fatores da BPP (Raciocínio Relacionado ao Outro) e idade apresentando efeito principal, o que requer estudos mais aprofundados para investigar outras variáveis que influenciem esse comportamento. Por fim, as crianças que demonstraram um comportamento mais pró-social demoraram menos tempo para decidir sobre a doação, indicando que possivelmente o comportamento pró-social requer menos racionalização e seria mais intuitivo que o comportamento pró-self.