Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Peixoto, Vanessa Giffoni de Medeiros Nunes Pinheiro |
Orientador(a): |
Godeiro Júnior, Clécio de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26367
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Resumo: |
CONTEXTO: As demências são doenças incapacitantes, incuráveis e estigmatizantes, ocasionando impacto devastador à identidade pessoal do paciente e seus cuidadores. Constitui-se um dos diagnósticos mais temidos na atualidade. Existem muitos entraves para a adequada comunicação deste diagnóstico ao paciente, entre os quais o medo de reações psicológicas, a incerteza do médico quanto ao diagnóstico e a objeção dos familiares, além de escassos treinamentos em habilidades de comunicação nos cursos de graduação. É crucial a implementação de estratégias que formem no estudante de Medicina as múltiplas habilidades para uma apropriada relação entre o médico, o indivíduo com demência e seus familiares, inclusive na comunicação do diagnóstico. O protocolo SPIKES é uma ferramenta didática para comunicar más notícias e tem sido utilizada em várias situações clínicas. Entretanto, o comprometimento cognitivo inerente às síndromes demenciais requer adaptações neste modelo, que foram realizadas após revisão da literatura. OBJETIVO: Desenvolver uma atividade educacional para aprimorar as habilidades de comunicação do estudante de Medicina, a partir de um protocolo de comunicação de más notícias adaptado a demências. METODOLOGIA: Estudo intervencionista, seccional, randomizado, realizado com os estudantes do 3º. ano do curso de Medicina da Universidade federal do Rio Grande do Norte, nos semestres 2016.2 e 2017.1. Um total de 86 alunos participaram, sendo divididos em GI (34 alunos treinaram o protocolo antes das aulas sobre demências), GII (36 alunos treinados após o referencial teórico) e GIII (16 alunos não submetidos ao treinamento). Os alunos dos grupos GI e GII foram submetidos, além do treinamento, a duas OSCEs (Objective Structured Clinical Examination). Os alunos do GIII realizaram apenas a 2a. OSCE. RESULTADOS: A participação no treinamento resultou em melhor desempenho na 2a. OSCE nos grupos GI e GII, quando comparados ao GIII (GI:7,56±1,22, GII: 7,47±1,09, GIII: 6,42±1,68, p<0,001). Os alunos do GI mostraram melhor desempenho nesta avaliação em comparação aos alunos do GII (p<0,001). Os grupos GI e GII apresentaram ganho de desempenho ao longo das duas avaliações (GI OSCE1: 6,38±1,34, GI OSCE2: 7,56±1,22, p<0,001; GII OSCE1: 5,31± 1,36, GII OSCE2: 7,47± 1,09, p<0,001). Os resultados mostram ganho de habilidade de comunicação nos estudantes que participaram do treinamento, que foi independente da exposição prévia aos conteúdos teóricos sobre as síndromes demenciais. Houve crescente desempenho na OSCE à medida que os alunos repetiram a prática da simulação. O treinamento foi bem aceito pelos estudantes de Medicina e a maioria deles (98%) concorda que é importante para a futura prática profissional participar de um treinamento sobre a comunicação do diagnóstico de demência. CONCLUSÃO: As adaptações sugeridas ao protocolo SPIKES parecem seguir as diretrizes atuais sobre a comunicação do diagnóstico de demências, mantendo sua abordagem didática. O treinamento em comunicação de más notícias adaptado à indivíduos com demência promoveu melhoria na habilidade de comunicação dos estudantes do quinto período do curso de Medicina foi bem aceito pelos mesmos. O modelo de treinamento, assim como o protocolo adaptado, podem representar estratégias replicáveis em outros componentes curriculares como forma de aprimoramento da habilidade de comunicação dos cursos da saúde. |