Efeitos de um ciclo de melhoria da qualidade nacional aplicado à estruturação das ações de prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde em hospitais brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Magda Machado de Miranda
Orientador(a): Gama, Zenewton André da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21933
Resumo: Introdução: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são um grave problema de qualidade do cuidado em todo o mundo, mas pouco se sabe se a adoção de estratégias de Gestão da Qualidade (GQ) pode colaborar para a redução desses agravos quando implementadas de forma externa e em nível nacional. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de um ciclo de melhoria da qualidade nacional direcionado às ações de prevenção das IRAS instituídas pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de hospitais brasileiros. Metodologia: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), responsável pelo controle de riscos nos serviços de saúde brasileiros, realizou um ciclo de melhoria da qualidade de abrangência nacional usando um desenho quase experimental antes-depois. Após definir 11 critérios de qualidade baseados em evidências para a prevenção das IRAS, foi realizada uma avaliação nacional (março de 2015) dirigida a todos os hospitais brasileiros com Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto, pediátrica ou neonatal (N=1.869). Utilizando as informações desta avaliação, foi planejada e implementada uma intervenção nacional externa (abril de 2015 a fevereiro de 2016), com o objetivo de melhorar a adesão aos critérios de qualidade avaliados. Depois da intervenção, foi realizada uma reavaliação nacional (01/03 a 15/04/2016), para mensurar os efeitos da intervenção e identificar as oportunidades de melhoria remanescentes que pudessem orientar a continuidade das ações nacionais. Calculou-se a estimativa pontual e intervalo de confiança (95%) dos critérios em cada avaliação, a melhoria absoluta e relativa depois da intervenção e a significância estatística da melhoria com teste Z unilateral. Resultados: 563 hospitais brasileiros com leitos de UTI participaram da 1ª avaliação (30,1% de resposta, soma de 86.837 leitos), 681 hospitais participaram da 2ª avaliação (36,4% de resposta, soma de 101.231 leitos) e 388 hospitais participaram das duas avaliações. Ao comparar os resultados das duas avaliações, evidenciou-se a efetividade do ciclo de melhoria, pois houve melhoria significativa (p<0,05) em 10 dos 11 critérios de qualidade avaliados. Na avaliação do indicador composto: Qualidade da prevenção de IRAS, construído a partir da análise conjunta de todos os 11 critérios, verificou-se melhoria significativa: de 82,4% para 88,3%, p= 0,001 (melhoria relativa média de 33,5%). Os pontos positivos dos hospitais, revelados nos critérios com maior conformidade após a intervenção, foram que “as UTIs possuíam condições estruturais e insumos de qualidade para a higiene das mãos (HM) dos profissionais de saúde” (97,9% vs 100%; p= 0,001) assim como “possuíam protocolo para HM implantado” (92,9% vs 96,9%; p= 0,001); e ainda que “os serviços de saúde realizavam a notificação das IRAS, regularmente, baseando-se nos critérios diagnósticos nacionais” (91,8% vs 92,4%; p= 0,407). Por outro lado, as principais fragilidades, destacadas pelo menor número de conformidades, são o “monitoramento da adesão à higiene das mãos pelos profissionais” (60,7% vs 70%; p= 0,001); a “existência de protocolo institucional implantado para a prescrição orientada de antimicrobianos” (73,2% vs 80,7%; p= 0,001) e “os profissionais das CCIHs promovem estratégias para aumentar a participação dos pacientes/acompanhantes/familiares das UTIs nas ações de prevenção e controle de IRAS.” (76,6%% vs 82,8%; p= 0,004). Conclusões: O ciclo de melhoria da qualidade foi útil para identificar prioridades de atuação tanto no nível nacional como nos estados e no Distrito Federal e para orientar a instituição de um projeto de intervenção para a qualidade e segurança do paciente baseado em um processo avaliativo. Além disso, este projeto demonstrou que é possível se obter melhoria real de abrangência nacional das ações de prevenção de IRAS por meio da utilização de estratégias de GQ.