Literatura e criatividade: mediação pedagógica e desenvolvimento do pensamento criativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Faria, Kívia Pereira de Medeiros
Orientador(a): Amarilha, Marly
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48537
Resumo: Este estudo investiga, na mediação pedagógica da leitura de literatura, a emergência do pensamento criativo em crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Sua relevância consiste em reconhecer a prática educativa com a literatura como catalisadora do pensar criativo, mediante ações que promovam o diálogo, a formação de repertório, a abertura à divergência, a leitura e discussão de histórias. Respalda-se nos estudos de Amarilha (2009; 2013), fundamentais na correlação literatura e prática pedagógica; Yunes (2003), Zilberman e Silva (2008), cujos trabalhos revelam a importância da literatura para a formação do leitor; Iser (1996, 1999) que trata da recepção do leitor mediante a leitura, ressaltando a qualidade e os efeitos estéticos da obra literária, sinalizando o potencial criativo do leitor em processo de leitura de literatura, além dos estudos de Eco (2011; 2016), Culler (1999) e Eagleton (2006) para a compreensão da literatura como arte. No que tange à ação educativa, os estudos de Fontana (2005), Bortoni-Ricardo (2012), Bruner (1997), Vigotski (2007; 2014) e Zabala (1998) subsidiam a compreensão sobre mediação nas relações pedagógicas. As pesquisas de Csikszentmihalyi (1996), De Masi (2005), Guilford (1977), Martínez (1997, 2002, 2009, 2012), Alencar (2009; 2007; 2001) e Vigotski (2014) auxiliam no entendimento sobre criatividade, evocando a relevância das interações sociais dos sujeitos no desenvolvimento do pensamento criativo. O estudo é consoante às pesquisas qualitativas e adotou a observação in loco e a intervenção pedagógica como técnicas de constituição dos dados. Como instrumentos, utilizou-se o diário de campo e a gravação em áudio e vídeo das sessões de leitura de literatura. A pesquisa foi realizada em colégio de aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em uma turma do 4º ano do ensino fundamental, com 19 crianças, cuja faixa etária oscilava entre 9 e 10 anos de idade. Durante a etapa de intervenção, dez sessões de leitura de literatura foram implementadas, ancoradas na metodologia da andaimagem (scaffolding), orientada por Graves e Graves (1995). Como corpus, têm-se os episódios de fala dos sujeitos da pesquisa, cuja codificação semântica permitiu o agrupamento em categorias centrais: repertório literário e criatividade, literatura e pensamento divergente, criação e literatura. As análises das vozes dos sujeitos sinalizam que a mediação pedagógica na aula de literatura favorece a emergência da criatividade à medida que possibilita abertura para o diálogo, espaço para a divergência, formação de repertório, expressão do pensamento de forma coletiva, por meio da valorização das vozes do texto e dos leitores. No tocante aos procedimentos, revelou que a metodologia da andaimagem (scaffolding) é afim à criatividade em aspectos fundamentais, reposicionando o ensino de literatura frente às demandas educacionais emergentes.