A (re)produção grotesca do inacabamento identitário da comunidade LGBTQIAP+ na série Sex Education

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Jerônimo, Leila Heloise da Silva
Orientador(a): Faria, Marilia Varella Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49473
Resumo: O diálogo entre arte e vida revela de que forma o meio social extralinguístico encontra na arte uma resposta à formação social (VOLÓCHINOV, 2019), criando, de tal modo, inteligibilidade entre esses dois mundos que se completam. Nesse contexto, objetiva-se, neste trabalho, a partir dos postulados teórico-metodológicos de Bakhtin (1993; 2011; 2015) e de Volóchinov (2018; 2019), do viés transgressor da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006; PENNYCOOK, 2006) e dos estudos sobre sexualidade (BUTLER, 2018; LOURO, 2001), buscar compreender o processo de construção da identidade sexual de personagens na série Sex Education e como isso reflete e refrata aspectos contemporâneos voltados à vida. Para alcançarmos nosso objetivo, levamos em consideração a jornada de Eric Effiong, adolescente negro, filho de pais protestantes, que tem sua identidade sexual modificada ao longo da primeira temporada da produção pela interação direta com o meio social. Diante disso, e a partir de um estudo qualitativo-interpretativista, analisamos, verbivocovisualmente (PAULA, 2017), como as forças verbo-ideológicas (BAKHTIN, 2015) atravessam enunciações concretas (BAKHTIN, 2011) retiradas das cenas selecionadas como corpus de análise e como essas forças influenciam no inacabamento identitário de sujeitos sócio-históricos materializados sob o viés de atributos grotescos (BAKHTIN, 1993). Os resultados do estudo mostram que a intervenção cultural hegemônica sobre corpos como o de Eric impede práticas subversivas de sexualidades que não respeitam os trâmites tradicionais como consequência de uma tentativa incansável das forças centrípetas de controlar performances identitárias fora dos padrões sexuais heteronormativos. Além disso, ao reproduzir o inacabamento identitário da comunidade LGBTQIAP+, o corpo do jovem reflete e refrata o mundo da vida, recebendo acabamentos grotescos que exprimem visões sociais acerca de sua orientação sexual.