Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Souza, Lílian Patrícia Silva de |
Orientador(a): |
Cavalcante, Eliane Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31890
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Resumo: |
Diversos fatores podem contribuir para o fato de pessoas ter a rua como moradia, dentre esses se destacam os determinantes sociais que incidem sobre as condições de vida e de saúde, permeados a partir da lógica capitalista do ter em detrimento do ser. Nesse contexto o segmento é constituído por pessoas ostomizadas em situação de rua que metaforicamente enfrentam dois aprisionamentos, um pelo impacto biopsicossocial que o estoma provoca nesses usuários, outro pela escuridão cognitiva do viver nas ruas circunstanciados pela condição social. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa que tem como objetivo analisar as narrativas de pessoas, ostomizadas, em situação de rua atendidas no Centro de Reabilitação Adulto-CRA de um Estado do nordeste brasileiro, a fim de propor melhorias na atenção prestada visando o atendimento integral, superação de estigmas e preconceitos. Os dados foram produzidos em dois momentos: pesquisa documental realizada nas fichas de atendimento do CRA, em setembro a dezembro de 2019; e entrevistas orientadas pela abordagem da história de vida, realizadas com pessoas em situação de rua atendidos pelo CRA, entre janeiro a maio de 2020. As entrevistas foram inseridas no software Atlas.ti 7 para organização e tratamento dos dados, que foram analisados utilizando-se a análise de conteúdo temática. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 04/10/2019 nº do CAAE: 19348419.9.0000.5537. De acordo com a pesquisa as categorias geradas foram: “Estar em situação de rua: preconceito, estigma; realiza trabalhos informais; dificuldade de subsistência; existência de laços afetivos, companheirismo; insegurança; "Utilizar a bolsa: dificuldade em se relacionar”; “Utilizar a bolsa: não há local para realizar a higiene”. Da análise dos dados das entrevistas emergiram 34 subcategorias ao todo. Os resultados mostraram que o grupo de participantes tem em sua maioria menos que 40 anos (60,00%); sexo masculino (100,00%); cor parda (60,00%); ensino fundamental completo (40,00%). Em relação ao estado de nascimento, a maioria nasceu no Rio Grande do Norte (40%), os demais entrevistados nos Estados da Paraíba, Pernambuco e São Paulo. Quanto ao tempo em situação de rua a maioria está de 05 a 10 anos morando nas ruas (40,00%). Todos informam ter profissão seja formal ou informal. Houve unanimidade nos relatos de que o fato de estar em situação de rua portando uma bolsa de colostomia seja algo duplamente limitante, seja pela falta de informação de onde buscar os serviços especializados, seja o estigma e preconceito, por sua condição de estar morando nas ruas dado os aspectos característicos inerentes a portar uma bolsa de colostomia com excreções de odor desagradável. Diante dos resultados o produto deste trabalho é a proposição de implementação de instrumento eletrônico de dados que possibilite o acompanhamento e o matriciamento dos casos, visando assistência integral dos sujeitos, com articulação em rede e acompanhamento sistemático possibilitando assim a garantia de acesso da população em situação de rua à rede de assistencia à saúde com equidade e justiça social. |