Estudo do processo espermatogênico nos morcegos hematófagos Desmodus rotundus e Diphylla ecaudata (Chiroptera: Phyllostomidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Soráia Fonsêca Marinho da
Orientador(a): Morais, Danielle Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26041
Resumo: Os morcegos hematófagos constituem os únicos mamíferos que se alimentam exclusivamente do sangue de mamíferos ou aves. Devido a esta particularidade e sua relação com a transmissão do vírus da raiva, despertam grande curiosidade, sendo necessário o desenvolvimento de medidas conservacionistas que permitam seu controle racional; o que requer o conhecimento de sua reprodução. Objetivamos, portanto, descrever a atividade testicular e a espermatogênese das espécies Desmodus rotundus e Diphylla ecaudata. Após eutanásia, seus testículos foram processados histologicamente para inclusão em historesina para análises morfológicas e morfométricas sob microscopia de luz, em resina Spurr para análise da ultraestrutura celular sob microscopia eletrônica de transmissão, bem como em parafina histológica para análise imuno-histoquímica da expressão de receptores para andrógeno, aromatase, FGF2 e BCL-2. D. rotundus apresentou percentual de epitélio seminífero, número de células de Leydig por grama de testículo e população de células de Sertoli e de espermatogônias do tipo A significativamente maiores na estação chuvosa, enquanto o índice mitótico, índice de células de Sertoli e rendimento geral da espermatogênese foram maiores na estação seca. D. ecaudata apresentou índice gonadossomático de 0,49% e comprimento de túbulos seminíferos por grama de testículo de 32,20 m. As fases pré-meiótica, meiótica e pós-meiótica representaram, respectivamente, 56,20%, 9,30% e 34,50% do seu ciclo do epitélio seminífero. A ultraestrutura da espermatogênese de ambas as espécies foi semelhante ao descrito nos demais mamíferos, e o perforatorium de acordo com nossas observações está ausente em seus espermatozoides. A análise imunohistoquímica revelou atividade da enzima aromatase nas células de Sertoli, de Leydig, espermatócitos e espermátides, e a presença de receptores de andrógeno nas células de Sertoli e de Leydig. A atividade do FGF2 foi mais evidente nos espermatócitos primários em zigóteno e em paquíteno, bem como em espermatócitos secundários e espermátides. Já a atividade da proteína pré-apoptótica BCL-2 foi mais evidente nos espermatócitos primários em paquíteno e espermátides arredondadas. Conclui-se que D. rotundus e D. ecaudata apresentaram padrão testicular semelhante ao de outros mamíferos, e características comuns às descritas em outras espécies de morcegos. O estudo sazonal da espermatogênese de D. rotundus sugere uma maior produção de espermatozoides na estação chuvosa na Caatinga nordestina. Este estudo constitui ainda o primeiro passo para o conhecimento da reprodução de D. ecaudata, sendo esta a primeira descrição acerca de sua espermatogênese.