Elementos anafóricos como recurso argumentativo em textos de discentes do 9º ano de ensino fundamental: uma proposta de intervenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gomes, Leonildo Leal
Orientador(a): Rodrigues, Maria das Graças Soares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS - PROFLETRAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23012
Resumo: O trabalho proposto fundamenta-se nos estudos da linguística textual, com foco no fenômeno da referenciação, especificamente sobre o papel das retomadas anafóricas na construção argumentativa. Além disso, procura analisar a relevância da intervenção do professor, durante a apropriação do gênero artigo de opinião por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. Partimos da concepção de texto como um evento comunicativo que mobiliza fatores além de linguísticos, cognitivos e sociais. Também tomamos a argumentação como construto discursivo, que envolve o conhecimento metalinguístico, além da escolha lexical intencionada pelo escrevente. Nesse sentido, os processos cognitivos concebidos pela interação e pela relação perceptiva e de atuação extratextual são produtos situados na sociedade e na relação entre os sujeitos, negociados discursivamente. Compreendemos a relação anafórica como mecanismo importante, não apenas para estabelecer a coesão, mas como orientação argumentativa, contribuindo para tornar o texto coerente. Para tanto, fundamentamo-nos a partir dos pressupostos teóricos de Adam (2011), Mondada e Dubois (2003), Koch (2006), Conte (2003) e Neves (2006). Optamos pela pesquisa experimental, de base explicativa e interpretativista, a partir dos conceitos de sequência didática (SD) e o modelo didático de gênero proposto por Dolz e Schneuwly (2004). Por se tratar de um trabalho de intervenção, tomamos não somente os textos dos participantes da pesquisa como objeto de análise, mas também as etapas da SD, pois partimos da premissa de texto não apenas como um produto, mas levando-se em conta sua natureza processual. A SD foi delimitada em 9 (nove) etapas, correspondendo a: 1) problematização; 2) proposta de escrita para observação das construções dos alunos; 3) intervenção quanto os operadores argumentativos mais usuais; 4) abordagem do esquema argumentativo proposto por Toulmin (2006); 5, 6 e 7) estudo dirigido sobre os elementos anafóricos; 8) reescrita coletiva, com intervenção do professor; 9) refacção textual individual. A partir dos dados coletados, foi possível verificar a correspondência entre a competência linguística do estudante, sua participação ativa nas discussões orais, o trabalho de reescrita coletiva e a presença de retomadas por formas nominais correferenciais ou não, de modo a categorizar ou recategorizar o elemento anaforizado, o que contribuiu consideravelmente para a construção axiológica da argumentação em textos dissertativos.