Anáfora associativa em tirinhas: uma análise do texto como evento dialógico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Edneia de Oliveira
Orientador(a): Heine, Lícia Maria Bahia
Banca de defesa: Costa, Iraneide, Lé, Jaqueline
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26649
Resumo: Esta dissertação – Anáfora associativa em tirinhas: uma análise do texto como evento dialógico – tem como objetivo geral analisar o modo como a coesão associativa se realiza em tirinhas de quadrinhos, ressaltando a importância do processamento textual pautado não somente no contexto imediato, mas também no contexto mediato. A coesão, um dos temas nucleares da Linguística de Texto, parece ainda se manter presa ao código verbal, apesar de alguns pesquisadores terem transcendido o conceito de coesão de Halliday e Hasan (1976, p. 4). Consoante Costa (2000, p. 35), há “[...] revisões que mantêm em grande parte o conceito e os critérios de delimitação do texto presentes em Halliday e Hasan (1976): mantêm a superfície textual como objeto de análise e procuram reformular o conceito de coesão e complementá-lo com outros de natureza igualmente formal”. Esse aspecto fez que pensássemos em expandir nosso objeto de estudo. Dessa forma, a pesquisa está embasada teoricamente na Linguística Textual, mais especificamente na fase Bakhtiniana, em que o texto é concebido “como evento dialógico, linguístico-semiótico” (HEINE, 2012), dando atenção ao dialogismo de que tratam Bakhtin e o Círculo, mostrando o texto como opaco semanticamente, visto que ele “extrapola os aspectos formais de sua constituição, englobando fatores sociais, históricos e também ideológicos” (HEINE, 2012), não se restringindo ao código linguístico. Portanto, considera-se a coesão, em especial a anáfora associativa, como tessitura textual que não se restringe em manter um antecedente materializado no texto. De acordo com Heine (2016), “o anafórico associativo, embora mantenha relações semânticas com a sua âncora textual, ao processar a costura textual, ele constrói um novo referente” (APOTHÉLOZ, 1995). O corpus deste trabalho é composto por um conjunto de tirinhas em quadrinhos (Calvin e Haroldo, Mafalda, e Turma da Mônica), obtendo uma amostragem de 45 tiras, 15 de cada personagem, analisando-se um total de 15 tirinhas, cinco de cada personagem. A análise dos dados possibilitou afirmar que a coesão, como elemento de tessitura textual, efetiva-se tanto por signos verbais quanto por não verbais.