Efeitos da eletroestimulação transcraniana por corrente contínua sobre a dor, capacidade funcional submáxima e estado de humor em mulheres com dismenorreia primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Varella, Larissa Ramalho Dantas
Orientador(a): Micussi, Maria Thereza Albuquerque Barbosa Cabral
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30426
Resumo: Introdução: A dismenorreia primária (DP) é uma condição crônica que afeta negativamente a vida da mulher em muitos aspectos sociais, emocionais e físicos. Até o momento, a terapia medicamentosa e a termoterapia têm sido os meios mais eficazes para tratamento da dismenorreia, porém estes apresentam reações adversas indesejadas ou efeito local de pequena duração. A eletroestimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica de estimulação cortical não invasiva que promove mudanças no funcionamento cerebral e parece ter bons efeitos sobre a dor e funcionalidade em mulheres com dor crônica. Até o momento, não há estudos dessa terapia na região de córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) em mulheres com DP. Objetivos: Investigar o efeito da ETCC na região de CPFDL sobre a dor, capacidade funcional submáxima e estado de humor em mulheres com DP. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico, controlado, randomizado e duplo cego. 26 voluntárias com DP foram randomizadas em dois grupos. O grupo ETCCCPFDL recebeu a terapia por 5 dias consecutivos, enquanto o grupo Sham realizou o mesmo protocolo, porém a corrente foi ligada por um período de 30 segundos e em seguida desligada. A ETCC foi realizada na região de CPFDL, com intensidade de 2 mA por 20 min. As voluntárias dos dois grupos foram avaliadas em dois momentos: nas primeiras 24 horas do ciclo menstrual inicial (AV1) e nas primeiras 24 horas do ciclo menstrual seguinte, após intervenção (AV2). Para avaliação da dor, do desfecho primário do estudo, foi utilizada a escala numérica da dor. O estado de humor foi avaliado por meio do estado de ansiedade e da afetividade, para tanto, foram usadas as escalas de ansiedade de Hamilton e de afeto positivo e negativo, respectivamente. A capacidade funcional submáxima foi medida por meio do teste de caminhada de 6 minutos. Resultados: Não foi encontrada interação significativa entre intervenção e tempo na dor avaliada por meio da escala numérica da dor (NRS) [F (2,44) = 1,358, p = 0,26], e foi percebido um efeito significativo do tempo [F (2,44) = 4,446, p = 0,01]. O grupo ativo apresentou redução significativa da ansiedade (p = 0,03) com diferença média de 5,12 (IC95% 0,79 a 11,05). Não houveram diferenças significativas entre afeto positivo e negativo (p = 0,95 e p = 0,15, respectivamente). A capacidade funcional submáxima foi significativamente maior no grupo ativo [F (2,21) = 5,591, p = 0,02], com média diferença de 70,87 (IC95% 8,53 a 133,21). Conclusão: A ETCC em região de CPFDL aparece neste estudo como um recurso de efeito satisfatório sobre a capacidade funcional submáxima e ansiedade. Contudo, não apresenta efeito direto significativo sobre a dor e sobre a afetividade positiva e negativa.